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Por que o tombo de 70% do lucro da Petrobras preocupa o mercado

O foco do mercado se volta também para os sinais de alerta nos resultados divulgados pela empresa. Lucro caiu 70% em 2025

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 fev 2025, 15h01 - Publicado em 27 fev 2025, 12h25

Para além das razões contábeis para a queda de 70% no lucro da Petrobras em 2024, o foco do mercado se volta também para outros sinais de alerta nos resultados. Na noite desta quarta-feira 26, a Petrobras anunciou um lucro de 36,6 bilhões de reais no ano passado, incluindo um prejuízo de 17 bilhões de reais no quatro trimestre. Os números desagradaram os investidores, que punem a empresa com uma forte queda nas ações nesta quinta-feira 27. Por volta das 12h20, as ações preferenciais (PETR4) caíam 4,82% e eram negociadas a 36,12 reais. Já as ordinárias (PETR3) recuavam ainda mais, 5,78%, para 39,15 reais.

O resultado decepcionante da empresa foi atribuído pela presidente Magda Chambriard à questão de natureza contábil relacionada a à variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. 

A desvalorização do real contribuiu em grande parte para o prejuízo do quarto trimestre. Tales Barros, head de renda variável na W1 Capital, explica que a Petrobras tem parte de sua dívida em moeda estrangeira, e a valorização de quase 30% do dólar em relação ao mesmo período de 2023 gerou um impacto contábil relevante. “Embora isso não afete diretamente o caixa da companhia no curto prazo, já que o que importa é a data de pagamento da dívida, o efeito foi significativo no resultado financeiro”, diz.

Daniel Teles, da Valor Investimentos, também destaca que o resultado veio abaixo do consenso, principalmente porque a empresa teve lucro significativo no quarto trimestre de 2023: 33 bilhões de reais. “Então o mercado esperava uma performance um pouco melhor”, diz. 

Rui Hungria, da Empiricus, destaca que o resultado do quatro trimestre quando ajustado pelos efeitos não recorrentes, teria sido de lucro de 3 bilhões de dólares, em linha com as estimativas, mas faz uma ressalva. “Mesmo que os números ajustados tenham vindo em linha com as expectativas, a magnitude dos impactos é um ponto que deve incomodar os investidores”, diz.

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O que chamou a atenção dos investidores no resultado foi o aumento expressivo dos investimentos  (Capex) no trimestre,  que estourou o guidance anual (conjunto de metas) da empresa e superou a meta revisada em agosto. “Esse é um tema que volta a preocupar os investidores e que será acompanhado de perto pelo mercado nos próximos resultados”, prevê Hungria.

Relatório divulgado pelo banco Safra também indica que o foco do mercado deve ser o aumento do Capex. “O investimento totalizou 16,6 bilhões de dólares  no ano, 31% acima de 2023 e 15% superior ao previsto”.  Segundo a Petrobras,  a decisão de antecipar pagamentos  foi para mitigar riscos de atraso em projetos no campo de Búzios. A empresa também informou que manteve a projeção para 2025.

O mercado enxerga o movimento de antecipação dos gastos com cautela, já que acende alerta sobre o impacto nos dividendos. “Altos níveis de investimentos na Petrobras sempre trazem preocupações. É improvável que o mercado receba bem, e ficará de olho nos níveis de Capex nos próximos trimestres, que devem cair, de acordo com a administração”, diz o relatório da Ágora Investimentos. O resultado não muda a recomendação de compra, mas cria um ponto de atenção, segundo a gestora. 

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