O preço do gás de cozinha compromete “muito” o orçamento de 67% das pessoas com mais de 16 anos. O dados são da pesquisa do Datafolha, divulgada nesta sexta-feira. O aumento tem impacto principalmente nos mais pobres, e a sensação da maioria é de que o preço aumentou muito nos últimos seis meses.
De acordo com o levantamento, 86% dos pesquisados dizem que o preço subiu muito, e 10% de que aumentou um pouco. Apenas 2% disseram que não perceberam mudança, e 2% não responderam.
Apesar da inflação estar no patamar anual mais baixo desde 1998, o gás de cozinha foi um dos principais aumentos de preço em novembro, com alta de 1,57%. O dado é do IPCA, divulgado pelo IBGE nesta sexta.
Segundo a pesquisa do Datafolha quatro em cada cinco pessoas (80%) que ganham até dois salários mínimos por mês (1.874 reais) afirmam que o aumento no preço do botijão compromete “muito” o orçamento. Outros 15% dizem que o comprometimento é “pouco”. Entre os que ganham mais de dez salários mínimos (9.370 reais), 33% consideram que compromete muito, e 33%, que não tem impacto.
Na quinta-feira, a Petrobras anunciou que alteraria a política para reajuste do preço do botijão cobrado das refinarias às distribuidoras, com objetivo de suavizar o impacto. Desde junho, o aumento acumula 68%. As empresas têm liberdade para definir o preço final do produto, e a média nacional para o botijão de 13 quilos era de 65,64 reais na última semana, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O levantamento do Datafolha foi feito entre os dias 28 e 30 de novembro.