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Preços ao produtor avançam 0,74% em abril, terceiro mês seguido de alta

Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula alta de 0,99% no ano e queda de 3,08% em 12 meses

Por Kaype Abreu 28 Maio 2024, 10h14
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    Fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba; indústria do Paraná cresceu mais que o dobro da média nacional (Roberto Dziura Jr/AEN/Divulgação)

    Os preços da indústria nacional avançaram  0,74% em abril na comparação com o mês anterior, no terceiro resultado positivo seguido do indicador, informou nesta terça-feira, 28, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumula alta de 0,99% no ano e queda de 3,08% em 12 meses. Em abril do ano passado, a variação frente ao mês anterior foi negativa em 0,35%.

    Em abril deste ano, houve alta nos preços de 20 das 24 atividades investigadas pela pesquisa, de acordo com o IBGE. O instituto explica que as variações mais intensas foram registradas por papel e celulose (3,99%), fumo (2,49%) e farmacêutica (2,10%). No lado negativo, destaque para as indústrias extrativas (-3,58%).

    Impacto da soja e cana-de-açúcar

    O analista da pesquisa do IBGE, Felipe Câmara, diz que o resultado do mês é relacionado, principalmente, ao comportamento das cadeias derivadas da soja e da cana-de-açúcar.

    “A soja está em fase de colheita, mas a safra tem produzido um volume menor que a do ano passado. Além dessa menor produtividade, o volume exportado no primeiro trimestre foi expressivo, ou seja, há uma menor disponibilidade da commodity para consumo doméstico”, explica. O óleo bruto respondeu à pressão de demanda associada à competição entre cadeias derivadas, segundo ele.

    O incremento da parcela adicionada de biodiesel no blend do diesel, a partir de março, incentivou a procura pelo derivado da soja para fabricação do combustível, aumento que foi acompanhado de um movimento de compra para garantia de estoques no setor de fabricação de alimentos, ainda de acordo com o especialista.

    Ele pontua que, sob a ótica das grandes categorias econômicas, esse cenário impactou o aumento dos bens de consumo (0,89%), que representaram 0,33 ponto percentual (p.p.) do índice geral e se igualaram à influência dos bens intermediários (0,33 p.p.).

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    “A margarina teve influência importante no resultado dos bens destinados ao consumo final, enquanto o próprio óleo bruto teve seu impacto refletido na alta dos bens intermediários (0,59%)”, diz.

    “Na composição do resultado de bens de consumo, o etanol também foi importante na inflação frente a março, assim como os medicamentos, cuja alta em destaque ocorreu após o reajuste anual do preço máximo autorizado pela autoridade reguladora do setor”, completa.

    Bens de consumo

    Em relação aos bens de consumo, houve variação de 0,83% em bens de consumo duráveis (BCD) e de 0,90% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis (BCND). Além dos já destacados, também houve alta em bens de capital (1,16%).

    Entre os setores de maior influência sobre o resultado geral (0,74%), destacaram-se alimentos (0,19 p.p.), indústrias extrativas (-0,19 p.p.), papel e celulose (0,12 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,08 p.p.).

    Na comparação com março, o setor de alimentos variou 0,80%, a primeira alta após três meses seguidos no campo negativo. O resultado também foi impactado pela já citada alta dos derivados da soja, como a margarina e o óleo bruto. Com esse resultado, o setor de alimentos acumula, no ano, queda de 1,41% em abril, menor do que a registrada no mês anterior (-2,19%).

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    O setor de papel e celulose (3,99%), além da maior alta entre as atividades pesquisadas na comparação com mês anterior, também registrou o maior acumulado do ano: 7,55%. De acordo com o pesquisador, a inflação disseminada desse setor industrial é relacionada ao aumento na cotação da celulose: o preço da commodity tem respondido à demanda de recomposição dos estoques da cadeia consumidora e, em abril, foi pressionado também por maiores custos associados a disrupções logísticas e de oferta no âmbito do comércio internacional.

    Os preços do setor de refino de petróleo e biocombustíveis também subiram em abril (0,79%), pelo terceiro mês seguido.

    “O etanol foi determinante para esse aumento, a escolha das usinas em direcionar a moagem da cana para a produção de açúcar e o baixo patamar do preço relativo comparado à gasolina abriram espaço para remarcações de preço do álcool. O biodiesel, pressionado pelo custo de aquisição do óleo de soja, também contribuiu de forma relevante para a alta setorial”, analisa o pesquisador. Com esse resultado, o acumulado do ano no setor passou de -3,06%, em março, para -2,29%, em abril.

    Já nas indústrias extrativas, os preços caíram 3,58% em abril, segundo mês consecutivo de queda. O principal fator que explica o comportamento dessa atividade são os preços do minério de ferro que, acompanhando o mercado internacional, ficaram no campo negativo, enquanto os dos óleos brutos de petróleo subiram.

    “O resultado das indústrias extrativas é relacionado à cotação internacional do minério, em trajetória de queda recente. O preço internacional responde às expectativas de atividade econômica na China, em particular na demanda por aço nos setores de construção e infraestrutura, que são um termômetro importante para os contratos negociados. Mas não dá para perder de vista também que a expectativa de recuperação econômica no resto do mundo não é pujante, o que reforça esse contexto de precificação”, destaca Câmara.

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