Preços dos combustíveis disparam com crise energética nos Estados Unidos
Com onda de frio nos EUA, gás natural e óleo de aquecimento atingiram patamar pré pandemia; gasolina sobe 5,3%

Ao contrário do novo coronavírus, que derrubou os preços das commodities de energia, a crise causada pela onda de frio que atinge parte dos EUA fez o valor disparar. Nesta terça-feira, 16, os contratos futuros de gás natural para março subiam 5,5%, para 3,073 dólares/mmBtu, enquanto o óleo de aquecimento crescia 3%, para 1,8235 o galão, ambos recuperando pela primeira vez o patamar pré-pandemia. O preço dos contratos futuros para março da gasolina, por sua vez, aumentava 5,3%, para 1,7813 o galão, maior valor desde outubro de 2018.
A população americana de diversos estados sofre com falta de energia devido à tempestade de inverno que atingiu do Vale de Ohio até a costa do Golfo dos Estados Unidos, para o sul até a cidade de San Antonio, no Texas. As temperaturas abaixo de zero levaram a produção do gás natural a ser reduzida em 10 milhões de m3 diários. O Southwest Power Pool (Consórcio de Energia do Oeste, em tradução livre), que engloba 14 estados, decidiu provocar blackouts para manejar o esgotamento das reservas de energia. Estima-se que mais de 30 gasodutos restringiram o fluxo de combustíveis.
O excesso de demanda por commodities para produção de energia elétrica e para aquecimento dos ambientes tem peso nesta alta, mas se soma à recuperação da crise da Covid-19. Desde novembro, os preços da gasolina voltavam à normalidade também devido à vacinação e a à diminuição dos lockdowns. O excesso de demanda local devido ao frio, no entanto, fez os preços subirem ainda mais nas regiões de crise. No Texas, o gás natural chegou a ser vendido a 500 dólares/mmBtu – o preço normalmente cobrado pelo produto na região é de 3 dólares/mmBtu. A estimativa é que, na tarde da segunda-feira, cerca de 2 milhões de pessoas estavam sem energia.