Após a divulgação dos resultados financeiros da Petrobras, no qual registrou prejuízo de 42% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmou que os números não foram brilhantes, mas que espera a melhora dos resultados futuros. “Não foi um trimestre brilhante, tenho que reconhecer. (…) As notícias são boas em abril e no futuro”, disse.
Segundo Castello Branco, a Petrobras tem o costume de superestimar suas projeções de investimento e esse pode ser um dos motivos para a empresa não atingir os valores previstos. O executivo também destacou que a empresa reduziu o endividamento. “Estamos alongando dívida e otimizando caixa para melhorar alocação de capital. Desde janeiro, começamos a implantar pilares estratégicos. Os primeiros meses do ano foram ricos em desinvestimento.”
O executivo afirmou ainda que o lucro não é o fator mais importante no balanço da empresa. “Lucro é variável contábil, não é relevante. O relevante é a geração de caixa. O mercado de capitais gostou do balanço”, afirmou o executivo, acrescentando, em seguida, que “contabilidade é importante, mas não para decisões econômicas”.
A Petrobras registrou lucro líquido de 4,03 bilhões de reais no primeiro trimestre deste ano, queda de 42% ante o mesmo período do ano passado, principalmente em decorrência do impacto da utilização de nova norma internacional contábil de arrendamentos mercantis (IFRS 16), segundo nota divulgada pela companhia.
O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado somou 27,49 bilhões de reais entre janeiro e março deste ano, alta de 7% ante o mesmo período de 2018 e queda de 6% em relação aos últimos três meses do ano passado. A queda do Ebitda na comparação com o trimestre anterior, segundo a Petrobras, ocorreu como reflexo de menores margens de petróleo, menor produção no período e pelos menores volumes de vendas.
A Petrobras espera concluir em agosto os estudos que vão dar respaldo à formação de uma possível parceria com a chinesa CNPC, segundo Castello Branco. As duas empresas analisam uma sociedade no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e no campo de Marlim.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)