O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que o plano de saúde oferecido aos funcionários está “matando” a estatal. Segundo Campos, nos moldes que opera hoje, o sistema é inviável e não cabe no orçamento da instituição.
Ele participou nesta quarta-feira de uma audiência pública no Senado com o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações), que apresentou as metas e desafios do setor nos próximos anos.
Segundo Campos, em números ainda preliminares, do prejuízo total de cerca de 2 bilhões de reais apurado pelos Correios em 2016, 1,8 bilhão de reais referem-se ao plano de saúde. Do total de custos do plano, a estatal paga 93% e os funcionários, 7%.
“É impossível manter isso no orçamento da empresa. A empresa não quer acabar com o plano, mas nos moldes que está hoje é impossível ser mantido”, afirmou.
Ele disse ainda que está negociando com sindicatos mudanças no sistema de saúde dos funcionários. Além disso, acrescentou que a empresa continuará empenhada no corte de gastos com despesas e pessoal e deverá concentrar esforços na logística de encomenda, serviço com demanda crescente em tempos de comércio eletrônico.
Ontem, Kassab afirmou que o governo não fará injeção de recursos do governo nos Correios. Ele disse que é preciso correr contra o tempo para evitar a privatização da estatal. “Ou rapidamente os Correios cortam gastos, além daqueles que foram feitos, devemos continuar cortando mais. Não há saída, senão vamos rumar para a privatização.”
(Com Estadão Conteúdo)