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Previdência: Meirelles já prevê que reforma fique para maio

Ministro acredita que projeto passe pela Câmara em maio, não mais abril, e seja aprovada no Senado no começo do segundo semestre

Por Da redação
Atualizado em 16 mar 2017, 14h32 - Publicado em 16 mar 2017, 14h01

Já contando com a possibilidade de algum atraso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, previu nesta quinta-feira que a reforma da Previdência será aprovada pela Câmara dos Deputados até maio.  A expectativa inicial era de que o aval dos parlamentares fosse concedido em abril. A aprovação no Senado, conforme Meirelles, deve se dar no início do segundo semestre deste ano.

As previsões do ministro foram apresentadas um dia depois de protestos contra a mudança nas regras da aposentadoria em várias regiões do país. Meirelles argumentou que não adianta manter as regras atuais e ter um sistema previdenciário falido, que não tem condições de cumprir suas obrigações. “Vimos isso acontecer aqui na Europa e também em alguns Estados no Brasil. Isso é uma coisa que prejudica todos”, disse, após participar de um seminário na Alemanha.

Mais cedo, ao canal de notícias CNBC, Meirelles já havia dito que o Brasil tem mostrado que agora está caminhando na direção certa. “As reformas estão ocorrendo”, afirmou. “Todas as reformas devem ser aprovadas no segundo semestre deste ano”, previu. Além da Previdência, o ministro citou também as reformas tributária, trabalhista e da educação.

Discussões

O ministro da Fazenda afirmou que, apesar do descontentamento popular e dos protestos recentes no Brasil contra a reforma da Previdência, as conversas com partidos e no Congresso “estão indo bem”. “Demonstrações como esta fazem parte da democracia”, afirmou. “O importante é que o debate no Congresso está indo para frente”, continuou, destacando que a reforma da Previdência é um desafio importante em todos os países.

O ministro falou da importância da aprovação da PEC do teto dos gastos pelo Congresso para as finanças do governo. Ele enfatizou que a relação dos gastos públicos com o Produto Interno Bruto (PIB) praticamente dobrou nos últimos 25 anos passando de 10% para pouco mais de 19%. “Essa tendência, evidentemente, ficou mais clara nos últimos dois anos, quando houve aceleração, que não foi sustentável”, disse, em relação ao governo de Dilma Rousseff. Com a PEC, de acordo com ele, haverá uma tendência importante de reversão.

Efeito das eleições

Meirelles afastou a possibilidade de que a disputa eleitoral de 2018 seja uma ameaça para as reformas que o governo quer implantar ainda deste ano. “A maioria dos candidatos é do centro ou do centro-direita e eles são favoráveis às reformas”, afirmou Meirelles. “Claro que o PT do Lula fala contra a reforma. Ele falou em São Paulo ontem.” O ministro afirmou, no entanto, que, mesmo na hipótese de o ex-presidente Lula vencer o pleito, dificilmente haverá impacto na reforma da Previdência. Isso porque o ex-presidente, de acordo com Meirelles, possui um histórico de moderação. O atual ministro foi presidente do Banco Central durante todo o mandato de Lula como presidente de 2003 a 2010.

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Ao descrever os candidatos que aparecem mais bem posicionados nas pesquisas, Meirelles citou o prefeito de São Paulo, João Doria. “Ele está subindo muito forte”, considerou. Ele também citou a existência de um “militar controverso” na corrida presidencial, referindo-se ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

Para Meirelles, o maior desafio no Brasil atualmente é a Educação, que possui reflexos sobre a produtividade. De acordo com ele, alunos se debruçam por muito tempo sobre áreas que não têm efetividade prática.

(Com Estadão Conteúdo)

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