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Previdência: rombo nos estados foi de R$ 102 bilhões em 2016

Segundo a Firjan, o gasto com pessoal é o principal problema dos estados e regime de ajuda em discussão no Congresso traz apenas "alívio temporário"

Por Da redação
10 abr 2017, 18h00
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  • As previdências estaduais, somadas, tiveram déficit de 102,4 bilhões de reais em 2016. O cálculo é da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e consta em estudo sobre a situação fiscal das unidades federativas publicado na última semana.

    A instituição indica também que um fator importante na dificuldade financeira dos estados é causado pelos gastos fixos, sobretudo com funcionários. Dessa forma, o acordo de alívio em discussão na Câmara, e que deve ser votada ainda nesta segunda-feira, teria pouco efeito para aliviar as contas estaduais no longo prazo.

    Segundo o estudo, 24 das 27 unidades federativas tiveram déficit em suas previdências no ano anterior – apenas Amapá, Roraima e Rondônia fecharam no azul. A pesquisa da Firjan considera o gasto com aposentados e pensionistas um “desafio às contas públicas estaduais” pela necessidade de se direcionar grandes volumes de recursos para pagar essas obrigações.

    “No Rio Grande do Sul 40,5% da  RCL [Receita Corrente Líquida] foi direcionada para cobertura do déficit da previdência. Esse déficit supera 20% da RCL em Minas Gerais (27,8%), São Paulo (25,2%) e Rio de Janeiro (21,5%)”, diz trecho do texto. Desses estados, São Paulo é o único que não decretou estado de calamidade financeira.

    Funcionários públicos

    Apesar do grande impacto de aposentados e pensionistas, a pesquisa da Firjan indica que o gasto total com o funcionalismo é elevado, o que traz dificuldades às contas públicas em momentos em que há queda na arrecadação. A média desse tipo de despesa é de 58,8% da receita, bem próxima ao limite estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, sendo que quase metade já supera esse nível.

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    “Dos 27 estados, 13 ultrapassaram este limite. No topo da lista estão Minas Gerais, onde as despesas de pessoal comprometeram 78,0% da RCL, Rio Grande do Sul, com 76,1% e Rio de Janeiro, com 72,3%”, diz o estudo.

    Regime especial

    A avaliação da Firjan é que a o Regime de Recuperação Fiscal dos Estados e do Distrito Federal, em discussão no Congresso nesta segunda-feira trará “alívio temporário”. O projeto prevê a redução por até três anos nas parcelas de dívidas pagas pelos estados à União. Para a instituição, seriam necessárias também medidas como empréstimos, a exigência de orçamentos estaduais sem previsão de déficit, entre outras.

    O texto em análise na Câmara exige contrapartidas como que os estados criem sistema de previdência para seus funcionários – caso não tenham – ou a elevação da contribuição para 14% dos salários. O texto também coloca como condição para aderir ao regime que os estados concordem em privatizar empresas estatais e que revisem benefícios concedidos a servidores.

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