‘Prisma Fiscal’: mercado vê déficit menor em 2025
A projeção caiu de R$ 80 bilhões para R$ 75 bilhões. Para 2026, o mercado também rebaixou de R$ 83 bilhões para R$ 79,4 bilhões

O relatório Prisma Fiscal, divulgado nesta quarta-feira 19, trouxe um leve alívio nas previsões de déficit do governo para 2025. Um dos pontos positivos do relatório foi a revisão para baixo do déficit primário — que exclui os gastos com juros da dívida —, de 80 bilhões de reais para 75 bilhões de reais em 2025. Para 2026, o mercado também rebaixou o déficit de 83 bilhões de reais, no mês anterior, para 79,4 bilhões de reais. No entanto, o déficit esperado para o próximo ano é maior do que o atual projetado pelo mercado.
As despesas totais do governo tiveram uma leve queda, passando de 2,383 trilhões de reais para 2,380 trilhões de reais. Essa redução, ainda que discreta, indica esforços de controle dos gastos públicos. Para 2026, no entanto, a projeção de despesas se manteve em 2,541 trilhões de reais. O governo anunciou no fim do ano passado um pacote de ajuste fiscal de contenção de gastos. Apesar de não ter sido bem recebido no mercado, por incluir medidas como a isenção do IR para até 5.000 reais, ou seja, uma renúncia fiscal, o pacote deve ajudar o governo a economizar cerca de 70 bilhões de reais até 2026.
A queda nas despesas veio acompanhada de um aumento discreto na arrecadação. A mediana das expectativas do mercado para a arrecadação federal subiu marginalmente, passando de 2,848 trilhões de reais para 2,849 trilhões de reais. A expectativa de Lula é por aumento da arrecadação, em especial com a aprovação da reforma tributária. As mudanças, no entanto, só começam a ser feitas de forma definitiva a partir de 2027.
Em relação à dívida bruta do governo geral, as projeções mostram que ela deverá se manter estável, com os economistas esperando que o indicador fique em torno de 80,73% do PIB, quase inalterado em relação à projeção anterior, de 80,74% do PIB.