A Petrobras apontou queda de 2,6% da produção de petróleo e gás natural no Brasil no primeiro semestre deste ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A estatal também cortou sua meta para 2019, em meio à venda de ativos, redução da produção em campos maduros e manutenção em atividades. Com o resultado, as ações da empresa despencaram 2,8% (PN) e 3,1% (ON) na bolsa de valores de São Paulo.
A petroleira reportou produção doméstica de 2,012 milhões de barris de petróleo e gás por dia entre janeiro e junho, montante 2,6% menor do que no mesmo período do ano passado. No âmbito trimestral, houve queda de 0,4% na comparação anual e alta de 3,7% com relação ao trimestre imediatamente anterior. O papel preferencial da empresa foi o mais negociado na sessão desta sexta no Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira. As ações tiveram queda de 2,79%, vendidas a 26,14 reais.
Já a produção global de petróleo e gás somou 2,586 milhões de barris de óleo/dia, queda de 3,1% ante o primeiro semestre de 2018. No trimestre, a petroleira registrou alta de 3,8% com relação ao trimestre ligeiramente anterior e queda de 1% comparado ao mesmo período do ano passado. Entre as produções, apenas o pré-sal apresentou alta no semestre, de 12,7%, comparado ao mesmo período de 2018.
Segundo a empresa, a queda na produção de petróleo e gás é consequência da venda de 25% do campo de Roncador e dos ativos da Petrobras America, cujo efeito resultou em uma redução de produção de 72 mil barris por dia. A companhia detalhou ainda que as plantas de gás dos novos sistemas de produção de Búzios levaram mais tempo para comissionamento do que nas plataformas do campo de Lula, “devido à maior complexidade”, o que postergou a entrada de novos poços produtores. Também houve parada não programada de 14 dias no FPSO Cidade de Mangaratiba, no Campo de Lula, “para correção no sistema de desidratação de gás que impactou a produção de junho”, comunicou a Petrobras.
Meta para 2019 é revisada para baixo
A Petrobras também revisou sua meta para a produção de petróleo, no Brasil e no exterior, em 2019, que era de 2,8 milhões de barris por dia. Agora, a previsão é atingir 2,7 milhões barris por dia. Além disso, existe uma margem para variação de 2,5% para cima ou para baixo. Apesar da revisão da meta, o Goldman Sachs informou, em nota a clientes, que manteve visão positiva sobre as ações da companhia, embora espere possível reação negativa às notícias desta sexta-feira no mercado. “Embora as notícias de hoje tragam algum risco de queda para nossas estimativas de 2019 devido ao atraso no aumento da produção em algumas plataformas no campo de Búzios, tais atrasos provavelmente não alterarão as perspectivas de produção para 2020 e depois”, escreveram os analistas.
Segundo a Petrobras, a meta revisada para 2019 é suportada pela resolução dos problemas citados, “que já resultaram em melhora operacional em julho”, com a produção média voltando ao patamar de 2,7 milhões barris por dia e com as perspectiva de entrada de novos poços em Búzios.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)