Produção industrial recua em julho
Paraná, Bahia e Minas Gerais foram os estados com as maiores quedas, ao todo a produção caiu em sete dos 15 locais pesquisados
A produção industrial diminuiu em sete dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em julho, frente a junho, puxando o resultado negativo de 0,2% no total do país. As maiores quedas vieram do Paraná, Bahia e Minas Gerais. Os estados do Pará, Mato Grosso, a Região Nordeste e o Ceará também contribuíram para o resultado com taxas negativas.
De acordo com o analista do IBGE Bernardo Almeida, a política monetária restritiva é um dos fatores que explicam a desaceleração. “Juros altos acarretam diretamente no encarecimento do crédito, no comprometimento da tomada de decisões de investimento das empresas e de consumo das famílias. A consequência disso recai sobre a cadeia produtiva, que acaba arrefecendo a produção de forma a adequá-la a essa conjuntura atual”, diz. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também tem apontado esse motivo para os resultados da indústria no PIB do segundo trimestre.
A produção industrial de julho mostrou perdas concentradas em estados importantes. O Paraná teve a queda mais intensa desde dezembro do ano passado. O resultado interrompeu dois meses de alta no estado. Bahia e Minas Gerais também recuaram após avanços em junho, enquanto o Pará acumulou retração de 4,7% em dois meses. Segundo o IBGE, Minas Gerais exerceu a maior influência negativa, pressionada pela queda em máquinas e equipamentos. Paraná e Bahia vieram em seguida, impactados por reduções em materiais elétricos e derivados de petróleo.
Entre os destaques positivos, o Espírito Santo liderou com alta de 3,1%, eliminando parte da perda do mês anterior. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Goiás também registraram expansão, com São Paulo voltando ao campo positivo após três meses de queda.
Na comparação com julho do ano passado, o setor industrial nacional avançou 0,2%, com destaque para Espírito Santo, que cresceu 14,5%, e Rio de Janeiro, com alta de 10,4%, ambos impulsionados pela indústria extrativa. Já Rio Grande do Norte e Mato Grosso tiveram os maiores recuos, acima de 14%, pressionados por derivados de petróleo, biocombustíveis e químicos.







