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Professores das escolas particulares de SP vão fazer greve na quarta-feira

Sindicato decidiu, por unanimidade, suspender as atividades contra a ameaça de perda de direitos

Por Ricardo Rossetto
Atualizado em 22 Maio 2018, 13h30 - Publicado em 21 Maio 2018, 15h18
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  • Os professores das escolas particulares do estado de São Paulo aprovaram em assembleia realizar um dia de greve na quarta-feira, 23, em protesto contra a proposta patronal de retirar direitos da categoria após a entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro do ano passado. 

    O Sinpro-SP, sindicato que representa a categoria na capital paulista, alega que não houve acordo para a renovação integral de 65 itens que regem a convenção coletiva dos docentes da rede básica privada de ensino (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio). No estado de São Paulo são cerca de 112.000 professores, distribuídos em mais de 7.000 escolas, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

    Os principais pontos de discordância entre a categoria e o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (SIEESP), sindicato patronal, são a manutenção da bolsa de estudos integral para até dois filhos dos docentes, o recesso de 30 dias, a garantia semestral de salário e a unificação das férias, impedindo que elas sejam parceladas — como prevê a nova legislação trabalhista.

    Na tarde desta segunda-feira, 21, professores e diretores de colégios tradicionais da capital paulista – como Santa Cruz, São Domingos, Escola da Vila, Rainha da Paz, Vera Cruz , Santa Clara e Lycée Pasteur – estão reunidos para decidir se acompanham a deliberação da assembleia.

    Na quarta-feira, os professores realizarão nova assembleia às 14h para decidir se entrarão em greve por tempo indeterminado a partir do dia 28. Em seguida, devem realizar um ato público no vão livre do Masp, na região central da capital paulista.

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    Audiência de conciliação realizada na semana passada entre o sindicato dos professores e o das empresas terminou sem acordo.

     

     

    Outro lado

    O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), que representa as escolas, enviou à reportagem uma nota na qual afirma que sempre procura valorizar a atividade docente, e estimular as instituições de ensino associadas a estabelecer um diálogo produtivo com seus professores.

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    Na nota, o Sieeesp afirma que o ganho real de salário dos professores nos últimos 10 anos foi de 16%, tendo muitas escolas proporcionado um aumento “ainda mais expressivo”. E rebate os argumentos do Sinpro-SP, no qual pretende extinguir direitos previstos aos professores na Convenção Coletiva.

    “A proposta levada pelo Sieeesp à mesa de negociações não foi a eliminação do recesso, e, sim, sua redução de 30 para 23 dias, para permitir que as escolas façam uso pedagógico desses sete dias atuais”, diz a nota.

    O sindicato patronal lembra que, por uma exigência do Ministério da Educação, os dias letivos passaram de 180 para 200 por ano, “o que vem trazendo dificuldades expressivas para o planejamento das escolas”.

    O Sieeesp diz ainda que, reduzir a integralidade de bolsas para até dois filhos de professor atende a uma demanda das pequenas escolas – que estavam encontrando dificuldades financeiras. E que a demissão de um professor durante um semestre é algo excepcional, não fazendo sentido, portanto, a manunteção da garantia de semestralidade em 22 meses como querem os docentes.

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