A associação brasileira de consumidores Proteste participou de uma reunião com a direção do Facebook nesta quarta-feira em Bruxelas, na Bélgica, para discutir uma compensação financeira aos usuários afetados pelo uso indevido de dados. O escândalo, deflagrado no fim de março, revelou que a rede social compartilhou informações pessoais de 87 milhões de pessoas com a consultoria Cambridge Analytica, que participou da campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Na reunião, a Proteste fez três demandas à rede social: uma compensação financeira aos afetados, indenização também aos consumidores que possam vir a ser vítimas de uso indevido de dados e uma discussão para que os usuários voltem a ter o controle de seus próprios dados. O Facebook comprometeu-se em dar uma resposta para a associação em até duas semanas.
De acordo com a Proteste, a reunião foi “uma troca de opiniões muito aberta, frutífera e intensa com executivos do Facebook, sendo que a empresa mostrou preocupação com os direitos dos consumidores e respeito pelo nosso papel”.
“Nosso posicionamento para o Facebook é claro: os dados que eles utilizam pertencem apenas aos usuários. Nós sempre defenderemos os interesses e direitos dos consumidores. Agora, caberá ao Facebook escolher o seu lado nessa discussão”, disse a Proteste em post do seu site.
O encontro também contou com a participação de quatro organizações europeias de defesa ao consumidor. As associações haviam preparado uma advertência jurídica formal contra o Facebook, que vai permanecer pendente até que a rede social responda às demandas.