A fabricante de chips Qualcomm fez uma provocação indireta à Apple na véspera do lançamento dos novos iPhones. A empresa divulgou uma lista de celulares que utilizam o sistema operacional Android e já contam com as tecnologias previstas para o novo modelo topo de linha da Apple, o iPhone X – algumas delas foram incluídas no aparelho.
Todos os telefones listados usam o sistema operacional Android, feito pelo Google, concorrente direto do iOS da Apple. Fãs das duas tecnologias frequentemente debatem na internet sobre qual é sistema é o melhor.
Uma das tecnologias que já funcionavam em celulares com Android é o reconhecimento facial, um dos destaques do novo telefone da Apple. A Qualcomm lembra que o recurso já existe no Galaxy 8, da Samsung. A funcionalidade do concorrente, no entanto, tem sido criticada pela facilidade de fraude – Apple diz que essa vulnerabilidade não acontecerá no iPhone X.
Até mesmo o desing do aparelho, em que a tela ocupa quase toda a superfície do smartphone, foi apontado pela Qualcomm como pioneiro em outro celular, o Mi Mix 2, da chinesa Xiaomi.
Um dos destaque da apresentação dos novos iPhones é a capacidade de fazer apps com realidade aumentada com alto nível de detalhes graças às inovações do novo sistema operacional e capacidade dos telefones. A lista da Qualcomm desdenha do feito: o Phab Pro 2, da Lenovo, foi lançado no ano passado com a tecnologia.
Até mesmo tecnologias que já existiam nos iPhones anteriores foram lembradas pela concorrente da Apple, como a câmera dupla. O iPhone 7 Plus, do ano passado, já tinha o recurso, que foi melhorado nas novas versões 8 Plus e X. Mas a Qualcomm lembra que o One M8, da HTC, já tinha a função desde 2014.
Especialistas do setor dizem que o mérito dos iPhones é a integração com qualidade de diferentes tecnologias, e não o pioneirismo no lançamento delas.
A Qualcomm e a Apple também travam uma batalha por patentes nos tribunais. Enquanto a Qualcomm acusa a Apple de violar suas patentes e busca suspender as vendas de iPhone nos Estados Unidos, a empresa fundada por Steve Jobs diz que a concorrente cobra ilegalmente por elas e pede indenizações de mais de 1 bilhão de dólares (3,1 bilhão de reais) em três países.