Quanto rende R$ 1 mil, R$ 10 mil e R$ 1 milhão com a Selic a 14,25%?
O aumento dos juros cria oportunidades atrativas, especialmente no mercado de renda fixa, que passa a oferecer retornos mais elevados e com menor risco

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic para 14,25% ao ano, o maior patamar desde 2016. O ciclo de aperto monetário começou em setembro do ano passado, quando o Banco Central, após iniciar um movimento de afrouxamento, foi forçado a reverter a trajetória e voltar a elevar os juros. A medida foi necessária para conter a inflação, que ultrapassou a meta em 2024 e continua com projeções de alta, indicando a possibilidade de um novo descontrole neste ano. A elevação da Selic impõe desafios à economia, tornando o crédito mais caro e, consequentemente, aumentando os custos da dívida. No entanto, para os investidores, o aumento dos juros cria oportunidades atrativas, especialmente no mercado de renda fixa, que passa a oferecer retornos mais elevados e com menor risco.
Para aqueles que buscam rentabilidade sem correr grandes riscos, a renda fixa é uma escolha óbvia no atual cenário. O aumento dos juros beneficia diretamente ativos atrelados ao CDI e à Selic, já que suas remunerações acompanham de perto a taxa básica. Com isso, títulos pós-fixados, como o Tesouro Selic e os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), tornam-se mais atrativos do que nunca. Segundo o planejador financeiro e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff, os investimentos pós-fixados continuam entregando um rendimento muito bom enquanto a Selic permanecer elevada, mas se a Selic cair nos próximos anos, os pós-fixados vão render menos. “Acho que vale muito a pena no pequeno e médio prazo”, diz. Já a tradicional poupança, que já era desfavorável em tempos de juros mais baixos, continua perdendo terreno para essas alternativas.
Segundo Tiago Feitosa, fundador da T2 Educação, para quem deseja a combinação de segurança e maior rentabilidade, o Tesouro Selic se mostrou a melhor escolha. Na simulação feita pelo especialista, com aplicação de 10.000 reais, o Tesouro foi o que teve maior retorno (ver simulação). O CDB também se destaca como uma alternativa sólida, embora com um pequeno rendimento a menos em relação ao Tesouro Selic. A LCI, apesar da isenção de impostos, oferece menor retorno no longo prazo. Já a poupança fica em desvantagem em todos os cenários, com rendimentos significativamente inferiores.
O sócio da VNT Investimentos, Braian Largura, chama atenção para a importância de os investidores estarem atentos às ofertas de produtos de investimento pelos bancos, especialmente quando se trata de CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e do Tesouro Selic. A questão principal é que, ao investir em CDBs oferecidos pelo próprio banco, os investidores podem receber uma rentabilidade menor, muitas vezes em torno de 75% ou 80% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é um índice usado como referência para investimentos de renda fixa. Isso ocorre porque os bancos utilizam parte do rendimento desses investimentos para seus próprios lucros, repassando uma porcentagem menor aos clientes.
Por outro lado, ao investir no Tesouro Selic, o investidor garante uma rentabilidade igual ou superior a 100% da taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. “A taxa Selic é considerada uma taxa de referência livre de risco, o que significa que investir em títulos do Tesouro é uma das formas mais seguras de aplicação, com uma rentabilidade previsível e sem surpresas”, diz Largura.
Confira abaixo as simulações de quanto rende 1.ooo, 10.000 e 1 milhão de reais, no período de 12 meses, em diferentes aplicações de renda fixa, já descontando o Imposto de Renda quando aplicável.
*Para os investimentos em CDB e Tesouro Selic, estão sendo consideradas as seguintes alíquotas de Imposto de Renda: 12 meses = 20% e 24 meses = 15%