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Queda das bolsas é “reação absolutamente extremada”, diz CEO do Bradesco

Temor de recessão nos Estados Unidos faz bolsas derreterem em todo o mundo; para Marcelo Noronha, do Bradesco, é preciso paciência agora

Por Márcio Juliboni 5 ago 2024, 12h41
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  • A forte e generalizada queda das bolsas de valores em todo o mundo, nesta segunda-feira, 5, diante do temor de uma recessão nos Estados Unidos é uma “reação absolutamente extremada” do mercado, segundo Marcelo Noronha, executivo-chefe do Bradesco. “A gente vai ver sofrimento hoje. Todo mundo vai pagar, mas paciência, é o que tem por agora”, afirmou durante a coletiva de imprensa em que divulgou os números do banco no segundo trimestre.

    Noronha considera o comportamento do mercado, hoje, um “paradoxo”, porque oscilou bruscamente entre duas questões. O banqueiro lembra que, há poucos dias, a dúvida era quando o Federal Reserve, o banco central americano, começaria a cortar a taxa de juros da maior economia do mundo. Noronha lembrou que o próprio presidente do Fed, Jerome Powell, admitiu que a redução foi debatida pela autoridade monetária, mas acabou não implementada em sua última reunião, em 31 de julho.

    O argumento que prevaleceu era de que ainda havia sinais de aquecimento da economia local. “A atividade econômica nos Estados Unidos está colossal; o país está bombando”, diz o comandante do Bradesco. A guinada, segundo ele, veio com a divulgação de uma geração de empregos abaixo da esperada em julho, quando foram criados 114 mil postos de trabalho. Além disso, a taxa de desemprego subiu para 4,3% – a mais alta desde 2021. “O mercado virou agora para a dúvida sobre se já há uma recessão em curso”, diz.

    Por ora, Noronha afirma que o terremoto que varre os mercados nesta segunda-feira não altera o cenário do Bradesco para o Brasil. “Vemos um cenário de taxa de juros mais constante do Brasil. Ainda não estamos trabalhando com a expectativa de que haja uma subida da taxa”. Segundo ele, neste momento, uma eventual queda dos juros americanos na próxima reunião do Fed, em setembro, ajudaria o Banco Central brasileiro a segurar a Selic onde está. “É claro que isso desacelera a economia, principalmente para o ano que vem”.

    Ainda assim, isso não significa que uma recessão esteja no caminho dos brasileiros em 2025. “Vamos continuar crescendo, mas menos”, afirma. “Sou um otimista com os pés no chão.

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    O medo de que os Estados Unidos enfrentem uma recessão cresceu sensivelmente desde sexta-feira, 2, enquanto analistas e investidores digerem a fraca geração de empregos divulgada na semana passada. Outro fator que pesa contra o mercado é a alta da taxa básica de juros do Japão para 0,25% ao ano, também na última quarta-feira, 31. O movimento encerra um período de mais de oito anos de taxas de juros nominais negativas no país.

    A conjuntura fez “o mundo acabar na Ásia”, segundo Noronha, nesta segunda-feira. No Japão, o índice Nikkei derreteu 12,4%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 8,77%. Já a Bolsa de Taiwan recuou 8,35%.

    Por volta das 12h30 (horário de Brasília), o Índice Dow Jones cedia 2,44%; o SP& 500 perdia 2,78%, e a Nasdaq recuava 2,79%. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operava em queda de 1,14%, aos 124.401 pontos. O dólar comercial subia mais de 1%, cotado a 5,768 reais para venda.

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