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Queda do petróleo acirra disputa entre Lula e Petrobras

Com o barril em queda e o governo relutante em cortar gastos, a Petrobras enfrenta o desafio de investir sem comprometer seu próprio caixa

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 out 2025, 11h12

A Petrobras voltou ao centro das tensões entre o Palácio do Planalto e o mercado. O impasse gira em torno do novo plano de investimentos da estatal para o período de 2026 até 2029.

A presidente da empresa, Magda Chambriard, advoga por uma revisão do programa diante da nova realidade de preços. O Brent, referência internacional, fechou a semana em torno de US$ 61 por barril, 16% abaixo do nível de um ano atrás, após o cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

O plano atual, aprovado em 2023, prevê US$ 111 bilhões em investimentos até 2029, dos quais US$ 98 bilhões já estão comprometidos em projetos em implantação e US$ 13 bilhões ainda em avaliação. Boa parte está concentrada em exploração e produção, uma aposta que depende diretamente do preço internacional do barril.

O presidente Lula resiste a qualquer sinal de retração nos investimentos, um movimento que seria politicamente delicado num momento em que o presidente insiste em usar a estatal como instrumento de reindustrialização, transição energética e geração de empregos.

Em evento recente na Bahia, Lula reafirmou sua visão de que a Petrobras deve ampliar sua contribuição à economia nacional. “Estou convencido de que a Petrobras ainda não deu tudo o que ela tem que dar ao povo brasileiro”, afirmou, ao lado de Chambriard. A fala foi lida internamente como um recado direto à diretoria, que havia sinalizado reavaliações de projetos considerados “maduros” mas que perderam atratividade com o novo patamar do petróleo.

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Em agosto, Chambriard avisou a investidores que alguns empreendimentos “quase prontos” voltaram à fase de reanálise por conta da queda de preços. “Quando olhamos para eles em um novo patamar de preço, voltaram para o portão dois para serem otimizados”, afirmou a executiva.

A Agência Internacional de Energia (AIE) projeta um excedente ainda maior no mercado global em 2026, alimentado por desaceleração na China e aumento da oferta americana. Essa combinação tende a manter o petróleo em baixa, corroendo margens e reduzindo o fluxo de caixa da estatal.

Executivos alertam que manter o ritmo de aportes nesse cenário exigiria mais endividamento e comprometeria o pagamento de dividendos, inclusive à própria União, que é a maior acionista. Já no Palácio do Planalto, auxiliares de Lula veem nos investimentos da Petrobras uma âncora para os planos de reindustrialização e transição energética.

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O embate promete dominar as reuniões do conselho de administração até o fim do ano. O colegiado, dividido entre indicados do governo e representantes de minoritários, será o palco da disputa entre a prudência financeira e a ambição política.

Chambriard, por sua vez, tem se mantido discreta. Em uma publicação recente nas redes sociais, exibiu um gráfico da queda do petróleo desde setembro, interpretado internamente como um sinal de que a companhia precisa ajustar o plano de investimentos à nova realidade de preços

Lula, ao contrário, tem falado cada vez mais alto. E, em Brasília, poucos acreditam que ele vá aceitar um plano de investimentos que pareça tímido, especialmente às vésperas de 2026.

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