O secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, afirmou que a expectativa do governo Temer é de aprovar a reforma da Previdência no Congresso ainda no primeiro semestre. “Não há nenhuma imposição [do governo] no Congresso em relação a isso, mas a expectativa é aprovar ou antes ou um pouco depois do recesso de julho”, afirmou.
Marcelo Caetano participou de uma roda de conversa, promovida pela revista EXAME, nesta segunda-feira, ao lado de José Eustáquio Diniz Alves, demógrafo e professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, e Celso Toledo, economista e diretor da LCA Consultores.
Ele deixou claro, porém, que o ritmo da votação depende dos deputados e senadores. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ela deve ser aprovada por 3/5 dos deputados, em dois turnos de votação.
O secretário também afirmou que a reforma da Previdência irá melhorar a atividade econômica como um todo ao influenciar também a queda dos juros e na contenção das taxas de inflação.
“A aprovação da reforma da Previdência tem o potencial sim de melhorar a atividade econômica e trazer mais emprego, menos inflação às pessoas”, disse. Segundo Caetano, o próprio Banco Central já condiciona a reforma com a queda na taxa básica de juros.
“O fato é para dar sustentabilidade para pagar aposentadorias e pensões lá na frente, mas a gente observa que uma mera expectativa de aprovação da reforma melhora os indicadores econômicos. O próprio BC indica que a queda estrutural da taxa de juros depende da reforma da Previdência”, disse ele.
De acordo com Caetano, as manifestações contrárias à reforma fazem parte do jogo democrático. “A gente pode interpretar isso de uma perspectiva negativa, as pessoas reagem contra, o que é uma característica universal, e o lado bom é que a gente vive em um país democrático”, disse Marcelo Caetano.