O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o texto da reforma da Previdência está pronto e deverá ser analisado na próxima semana pelo presidente Jair Bolsonaro. “A última palavra será do presidente. A equipe de Paulo Guedes continua com seu talento a trabalhar, para consertar a Previdência”, disse.
Lorenzoni, que foi exonerado do cargo temporariamente apenas para participar nesta sexta-feira, 1º de fevereiro, da votação da presidência da Câmara dos Deputados, afirmou que o governo respeita a independência das duas Casas do Legislativo.
“Não interferimos nas eleições”, disse ele, quando questionado se os nomes de Renan Calheiros (MDB) e Rodrigo Maia (DEM) para as presidências do Senado e da Câmara, respectivamente, facilitariam o caminho para que o texto da reforma da Previdência fosse aprovado.
Eleições
O deputado federal Osmar Terra (MDB) disse na tarde desta sexta, que, a partir de uma possível reeleição de Maia para o comando da Câmara e a definição do nome do novo presidente do Senado, o governo iniciará o debate da proposta de reforma da Previdência. “A tendência é o Rodrigo ganhar. No Senado há uma incógnita”, avaliou. “A discussão da Previdência começa agora e vamos tentar decidir rápido.”
Terra passa o dia na Câmara para participar do esforço de Onyx da articulação com o Congresso. A exemplo de Terra, Onyx também foi exonerado do posto de ministro (ele é titular da pasta da Cidadania), para tomar posse na Câmara e participar da eleição na Casa. Depois, retornará à equipe de Jair Bolsonaro.
Terra avalia que Maia atuará em sintonia com o governo para aprovar as mudanças na Previdência. “O Rodrigo é um homem experiente. Ele sabe que o atual governo não é de transição, como o anterior (de Michel Temer)”, disse. “O governo Bolsonaro foi ungido de maneira vigorosa pelas urnas, assim como suas propostas”, completou. “Acredito que Rodrigo será um parceiro.”
Terra minimizou as divisões do governo em torno da disputa especialmente do Senado. Ele observou que Bolsonaro telefonou do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado, para os candidatos que concorrem às mesas da Câmara e do Senado. “Mais que eleger nomes, o governo está preocupado na construção de um bloco unido e grande alinhado aos projetos de reforma aqui na Câmara e no Senado.”