Relator reconhece derrota do governo em votação de reforma
Para Ricardo Ferraço (PSBD-ES), resultado foi "mais político do que regimental" e pode enfraquecer o apoio à proposta trabalhista no plenário do Senado
O relator da reforma trabalhista no Senado, Ricardo Ferraço (PSBD-ES), avaliou que a rejeição do seu parecer por 10 votos a 9 na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), nesta terça-feira (20) representa uma derrota para o governo. Ele considera que o resultado é “mais político do que regimental” e pode enfraquecer o apoio à proposta no plenário da Casa.
“Na prática, o resultado de hoje significa que o governo não conseguiu articular os senadores para poder aprovar a matéria na CAS. Não muda a tramitação, mas evidentemente é uma derrota política do governo”, disse Ferraço.
Mesmo após o resultado na CAS, a reforma seguirá normalmente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o relator será o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) e, depois, para o plenário da Casa. No início do mês, o parecer de Ferraço já havia sido aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Desembarque
Nesta terça, Ferraço voltou a defender que o PSDB deveria desembarcar do governo do presidente Michel Temer e entregar todos os cargos nos ministérios, mas continuar “liderando a aprovando” as reformas econômicas. “Esse projeto, a meu juízo, não é de propriedade do governo, muito menos de qualquer governante de plantão, esse projeto é importante para o País”, afirmou o tucano.
O parlamentar lembrou que na quarta-feira está prevista uma reunião da Executiva Nacional da sigla para discutir o assunto.
Para rebater as críticas da oposição ao texto final, Ferraço defendeu que a proposta da reforma trabalhista mantém todos os direitos fundamentais da Constituição e que o projeto visa apenas “modernizar” a legislação. “O que o Brasil vai ter que discutir, o Senado, é se nós vamos continuar olhando o nosso País pelo retrovisor ou pelo para-brisa. O que nós estamos tentando fazer com as leis trabalhistas no Brasil foi feito no mundo todo que progride e que prospera. Estamos fazendo efetivamente uma opção pelo atraso, essa é a decisão da CAS”, criticou Ferraço.
(Com Estadão Conteúdo)