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Rombo das estatais federais é multiplicado por 10 em 2024 e soma 6,7 bilhões de reais

Ministério da Gestão afirma que rombo não representa, necessariamente, prejuízos contábeis

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2025, 15h53 - Publicado em 31 jan 2025, 15h38

As estatais federais encerraram 2024 com um rombo de 6,7 bilhões de reais, segundo as estatísticas fiscais divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira 31. A cifra representa um salto de mais de dez vezes sobre o déficit de 656 milhões registrados em 2023. Quando se somam as estatais estaduais e municipais, o buraco chegou a 8 bilhões de reais no ano passado, ante 2,3 bilhões da comparação. Trata-se do maior déficit da história.

Para a conta, o Banco Central considera a necessidade de financiamento do setor público. O cálculo se baseia apenas nos recursos que entram e saem das estatais. As informações, divulgadas mensalmente pelo BC, ganharam relevância nos últimos tempos com a pressão de agentes econômicos para que o governo adote medidas duras de corte de gastos e contenção da dívida pública.

O Ministério da Gestão, que encampou a briga em nome do Palácio do Planalto, critica a metodologia adotada pelo BC. Para a pasta, ao considerar apenas receitas e desembolsos, o banco mistura no mesmo saco despesas correntes e investimentos necessários para o desenvolvimento do país.

Em uma rápida entrevista coletiva concedida após reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto nesta manhã, a ministra da Gestão, Esther Dweck, voltou a repetir o argumento de que o rombo retratado pelo BC não significa, necessariamente, um prejuízo contábil, já que os desembolsos com investimentos podem ser bancados pelas estatais com o caixa acumulado em outros anos.

Segundo Dweck, apenas sete estatais estariam, de fato, no vermelho. As demonstrações financeiras referentes a 2024, contudo, devem ser publicadas apenas em meados do ano, de acordo com a ministra. O Brasil conta com 123 estatais federais, das quais, 17 são classificadas como dependentes do Tesouro Nacional para existir; outras 44 são independentes, isto é, contam com receita própria. O restante é representado por subsidiárias de estatais, como as empresas controladas pelo Banco do Brasil ou pela Petrobras.

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Em 2023 – dados mais recentes, extraídos do site do Ministério da Gestão -, das 123 estatais federais, 27 apresentaram prejuízo contábil, totalizando 5,3 bilhões de reais. Naquele ano, as dez estatais com as maiores perdas somaram 4,8 bilhões de reais, o equivalente a 90% dos prejuízos acumulados. No topo da lista, com prejuízo de 1,3 bilhão de reais, estava a PNBV, uma empresa controlada pela Petrobras e com sede na Holanda, cuja atividade é a compra, venda e leasing de equipamentos petrolíferos.

A Codevasf, que executa obras nos vales dos rios São Francisco e Parnaíba, e os Correios completaram o pódio das campeãs de prejuízos contábeis de 2023, com perdas de 1,2 bilhão e 597 milhões de reais respectivamente.

Ontem, em entrevista coletiva, Lula comemorou a redução do déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social para o equivalente a 0,09% do PIB. O presidente chegou a afirmar que, na prática, o resultado mostra que o Brasil não apresentou déficit primário no ano passado.

Hoje, contudo, os dados do BC mostram que a comemoração é prematura. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) encerrou 2024 em 76,1% do PIB, o equivalente a 9 trilhões de reais. A DBGG considera as obrigações do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais.

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