Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Rombo nas contas do governo até abril supera o de 2019 inteiro

Nos primeiros quatro meses do ano, o déficit chegou a R$ 95,7 bi, devido o resultado de abril, de R$ 92,9 bi; em 2019 inteiro, total foi de R$ 95 bilhões

Por Larissa Quintino Atualizado em 28 Maio 2020, 12h10 - Publicado em 28 Maio 2020, 11h56

A lentidão na economia e o aumento dos gastos públicos do coronavírus fez com que o governo registrasse déficit mensal recorde nas contas públicasde 92,902 bilhões de reais no mês de abril, informou nesta quinta-feira, 28, o Tesouro Nacional. Esse foi o pior resultado mensal da série histórica da instituição, iniciada em 1997. O rombo fiscal quase atingiu o valor registrado em todo o ano passado – que foi de 95 bilhões de reais. Se somados os quatro primeiros meses do ano, o déficit já é maior que em 2019: 95,7 bilhões de reais.

O governo registra déficit primário quando as despesas superaram as receitas, mas não inclui os gastos com juros da dívida pública. Segundo o Tesouro, o déficit recorde de abril foi motivado por perda de arrecadação de 43 bilhões de reais diretamente relacionadas à pandemia do coronavírus, como redução do nível de atividade e adiamento no pagamento de tributos, além da redução de alguns impostos sobre produtos médicos. A pandemia também aumentou em 60 bilhões de reais os gastos públicos devido o pagamento de despesas com auxílio emergencial e linha de crédito para financiar a folha de salários das empresas, que começaram a ser pagas em abril. Segundo o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, o rombo nas contas públicas podia ser maior caso o governo tivesse feito o pagamento de precatórios  previdenciários (atrasados de ações de cidadãos ganhas da União). O pagamento dos precatórios, tradicionalmente feito entre março e abril, está suspenso.

Continua após a publicidade

ASSINE VEJA

Coronavírus: ninguém está imune
Coronavírus: ninguém está imune Como a pandemia afeta crianças e adolescentes, a delação que ameaça Witzel e mais. Leia na edição da semana ()
Clique e Assine

No ano, a Secretaria do Tesouro Nacional estimou nesta quinta-feira que o rombo nas contas do setor público consolidado (governo, estados, municípios e empresas estatais) deverá somar 708,7 bilhões de reais em 2020, ou 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB). No caso do déficit nominal, que inclui os juros da dívida, deve chegar a 1 trilhão de reais. Porém, o Tesouro alerta que essa previsão pode ser muito maior caso programas relacionados ao coronavírus, como o auxílio emergencial, sejam ampliados. “O déficit do setor público estimado acima pressupõe que não haja novas frustrações de receitas e renovação dos programas de combate aos efeitos econômicos e sociais da Covid-19, muitos dos quais programados para terminar em junho. Se algum programa for renovado ou se houver novas frustrações de receitas, o déficit primário do setor público passará de 10% do PIB”, informou.

Para tentar suavizar o déficit dos gastos públicos, o governo de Jair Bolsonaro deve lançar mão da mesma ideia utilizada por Dilma Rousseff: antecipar o pagamento do lucro extraordinário do BC devido a desvalorização do real.  Paulo Guedes, quer usar 500 bilhões de reais “lucrados” pelo Banco Central devido à desvalorização do real para cobrir o Tesouro e ajudar a combater a crise. A medida é a mesma, mas o propósito e o motivo são diametralmente opostos. Em vez de maquiar as contas públicas e utilizar de uma contabilidade criativa, como fez Dilma para demostrar um superávit primário, Guedes quer antecipar a receita unicamente para dar fôlego ao Tesouro, que precisa lançar mão de recursos para garantir o pagamento de programas como o Auxílio Emergencial.

Continua após a publicidade

 

De acordo com o Tesouro Nacional, o forte crescimento do rombo das contas públicas neste ano deve pressionar a dívida bruta – que deve passar de 75,8% do PIB, no final de 2019, para mais de 93% do PIB com as medidas já anunciadas para o combate ao coronavírus – um crescimento de 17 pontos percentuais do PIB. Por isso, o Tesouro alerta que, tão logo passada a fase aguda da pandemia, é preciso que o governo retome o compromisso com o ajuste fiscal. “Como o crescimento das dívidas líquida e bruta neste ano, é imprescindível o compromisso do governo com o cumprimento do teto dos gastos nos próximos ano e um esforço adicional para recuperar parte de perda de arrecadação por meio de receitas extraordinárias, como por exemplo, receitas de concessões e receitas de dividendos das estatais, em especial dos bancos púbicos, que devem retomar a política de desinvestimentos e abertura de capital que estavam implementando antes da crise”, avaliou o Tesouro Nacional. “Assim, será importante que se construa o mínimo de consenso político para a retomada, ainda este ano, da agenda de reformas estruturais que será fundamental para pagar a conta da crise em um ambiente de ajuste fiscal gradual com juros baixos”, acrescentou o Tesouro no documento.
Continua após a publicidade
Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.