O rombo nas contas públicas do governo no primeiro semestre deste ano foi o pior resultado para o período em 21 anos, desde o início da série histórica do Tesouro Nacional. Nos primeiros seis meses de 2017, o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) foi de 56,092 bilhões de reais.
A meta para 2017 é de um déficit de 139 bilhões de reais. O descompasso entre a arrecadação e os gastos foi o motivo dado pelo governo para aumentar os impostos sobre os combustíveis na última semana e segurar os gastos para serviços públicos.
No primeiro semestre do ano, as receitas caíram 1,2% em relação ao mesmo período de 2016 (para 64,802 bilhões de reais). As despesas, por outro lado, aumentaram 0,5% no período (para 604,279 bilhões de reais). No mesmo período do ano passado, o déficit era de 36,6 bilhões de reais (em valores corrigidos pela inflação).
Em junho, o déficit foi de 19,79 bilhões de reais, o pior resultado para esse mês também em 21 anos. O comportamento no mês também foi de queda nas receitas (2,7%) e alta nas despesas (0,5%). “Em particular, destaque-se o aumento do déficit da Previdência, que passou de 60,4 bilhões de reais no acumulado do ano em 2016 para 82,9 bilhões de reais em 2017, a preços correntes, explicado tanto pela redução real da receita (1,8%) quanto pelo aumento real da despesa (6,9%)”, diz o relatório do Tesouro.