Os reflexos da greve dos caminhoneiros em protesto contra o preço do diesel se estendem por todos os setores da economia. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nota oficial nesta sexta-feira, 25, em que mostra preocupação com a carga viva parada nas estradas e com a falta de alimentação para os animais.
Diante da falta de ração, produtores de aves estão precisando sacrificar pintinhos, como um procedimento sanitário para evitar a canibalização das aves.
Caminhões com carga viva não são autorizados a transitar. A situação é grave também no trânsito de ração, que está sendo impedido. “Recebemos relatos de produtores com caminhões transportando animais parados em bloqueios em todo o país. Há casos de animais com mais de 50 horas sem alimentação”, diz a entidade.
Em diversos locais já há falta de insumos e animais estão sem alimentação. Aqueles que ainda contam com estoques, estão fracionando para prolongar ao máximo a oferta do alimento. “A mortandade de animais é iminente e há risco de canibalização.”
Nesta sexta-feira, a ABPA registrou 152 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas. Mais de 220 mil trabalhadores estão com atividades suspensas.
“A situação setorial é caótica. Empresas poderão fechar pelos prejuízos causados pela paralisação. Uma intervenção rápida e forte por parte do governo é urgente para evitar a mortandade de milhões de animais”, diz nota da entidade.
Nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer anunciou que, diante da recusa dos caminhoneiros em parar a greve depois da assinatura do acordo com as lideranças, vai colocar as Forças de Segurança para desobstruir as estradas em todo o país.