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Serviços crescem 1,2% em julho, acima das expectativas, e renovam recorde

O maior setor do PIB engatou o segundo mês de crescimento seguido, com avanço de 2,9% no período. Resultado indica aquecimento da economia e pode afetar juros

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 set 2024, 09h33 - Publicado em 11 set 2024, 09h18

O volume de serviços prestados no país cresceu 1,2% em julho, na comparação com o mês anterior. O resultado veio acima das estimativas do mercado, que esperava estabilidade. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dado renova o patamar recorde do setor, que havia sido atingido em junho.

Na comparação contra julho de 2023, o setor teve expansão de 4,3% no mês. No acumulado do ano, o volume de serviços cresceu 1,8% frente a igual período de 2023. O setor de serviços representa cerca de 70% do PIB e, um aquecimento desta atividade puxa o resultado da economia brasileira para o ano. A estimativa do mercado financeiro é que a economia cresça 2,68%, de acordo com o Boletim Focus, mas já há casas estimando um avanço de 3,2% para este ano.

O mercado de trabalho aquecido e com a renda em alta impulsiona os serviços. Se por um lado o impulso para a economia é bem-vindo, por outro, há uma pressão na taxa de juros da economia. Analistas apostam em uma nova alta na taxa Selic na reunião de setembro, mesmo com a inflação em queda no mês de agosto. Atualmente, a Selic está em 10,5%.

Resultado em julho

“Para o entendimento do resultado, é importante notar a ligeira disseminação das altas, registradas em três dos cinco setores avaliados na pesquisa, mas com destaque para as atividades de profissionais, administrativos e complementares e de informação e comunicação, que emplacaram, em ambos os casos, o segundo resultado positivo em sequência”, analisa Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços.

A alta de profissionais, administrativos e complementares foi de 4,2%, com um crescimento de 6,5% no período junho-julho. Dentro do setor, os destaques foram as atividades de: agenciamento de espaços de publicidade; e a intermediação de negócios em geral.

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Já o setor de informação e comunicação teve expansão de 2,2% na passagem de junho para julho, com ganho acumulado de 3,8% nos últimos dois meses. Em julho, houve aumento de receita nas atividades de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, além das de telecomunicações e de exibição cinematográfica. “Como é um mês de recesso escolar, é comum que muitas famílias tirem férias e as salas de cinema acabam tendo um bom desempenho nesse período”, registra Lobo.

O terceiro setor com crescimento em julho foi o de outros serviços, que variou 0,2%, recuperando uma pequena parcela da perda acumulada no mês anterior, quando apresentou queda de 0,8%.

Entre os setores que tiveram recuo de volume de serviços no país em julho, o principal impacto negativo foi o do setor de transportes, com queda de 1,5%, influenciado, principalmente, pelos recuos observados em transporte dutoviário e no rodoviário de cargas. Com menor influência no resultado global, os serviços prestados às famílias mostraram uma ligeira variação negativa (-0,2%).

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Na comparação entre julho de 2024 e julho de 2023, a expansão de 4,3% do setor de serviços foi o segundo resultado positivo seguido, acompanhada por quatro das cinco atividades e 60,8% dos 166 tipos de serviços investigados pela PMS. Entre os setores, os de informação e comunicação (9,8%) e os profissionais, administrativos e complementares (9,1%) tiveram os principais impactos.

Já no índice acumulado de janeiro a julho de 2024, comparado com igual período de 2023, o crescimento de 1,8% do setor de serviços nacional contou com o avanço de quatro das cinco atividades e 59,6% dos 166 tipos de serviços. A contribuição mais relevante foi a de informação e comunicação (5,9%).

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