São Paulo tem ‘grande potencial para liderar a transição energética’, diz Tarcísio
Governador destaca a versatilidade da cana como chave para diversificação da fonte de energia, atração de investimentos e desenvolvimento de tecnologia
O estado de São Paulo está se afirmando como uma potência de transição energética no cenário econômico global, movido por dois motores fundamentais: a transição energética e o crescimento sustentável. Esse posicionamento, segundo o governador do estado, Tarcísio de Freitas, não é apenas uma visão estratégica, mas um esforço coordenado que já está gerando resultados concretos.
Atualmente, o estado concentra cerca de 50 bilhões de reais em investimentos em data centers, cifra que, segundo previsões, deverá atingir 70 bilhões de reais em poucos meses. Esses recursos são atraídos por uma combinação de fatores que consolidam São Paulo como um polo de inovação e competitividade. Entre esses fatores, destacam-se a disponibilidade de energia limpa e barata, infraestrutura robusta e mão de obra qualificada, preparada para lidar com os desafios do futuro. Para atender à crescente demanda por talentos, o estado já se comprometeu a formar mais de 120.000 profissionais em áreas estratégicas, como tecnologia da informação, inteligência artificial e outros setores voltados para a inovação.
“Estamos caminhando na direção certa”, disse o governador sobre os incentivos que estão sendo feitos, durante o Fórum VEJA Transição Energética, promovido por VEJA NEGÓCIOS. “Estamos criando as condições necessárias para que São Paulo seja o estado do futuro, com energia limpa e uma economia que cresce de forma sustentável.”
Protagonismo da cana
Um pilar histórico do desenvolvimento de São Paulo, a cana-de-açúcar, volta a ganhar destaque no contexto da transição energética global. Desde que ajudou o Brasil a superar a crise do petróleo nos anos 1970, a cana continua a ser um ativo estratégico, e o estado está ampliando suas oportunidades de uso. Hoje, a produção de etanol de segunda geração, biogás, biometano, fertilizantes e até de combustíveis sustentáveis para aviação está no radar. Esses desenvolvimentos não apenas diversificam a matriz energética, como também alavancam a economia local, abrindo novos mercados e consolidando São Paulo como um líder mundial na transição energética.
“Estamos na vanguarda da produção de energia limpa, e a cana-de-açúcar continua sendo um recurso fundamental”, explica Tarcísio. “Nosso objetivo é aproveitar ao máximo o potencial dessa matéria-prima, inclusive para soluções inovadoras como o biometano e o hidrogênio, que podem revolucionar o transporte e a indústria.”
Outro setor que vem se transformando é a indústria automobilística, que está cada vez mais voltada para veículos elétricos e sustentáveis. Incentivos fiscais e políticas públicas de fomento à inovação têm atraído investimentos de empresas globais, que enxergam em São Paulo uma plataforma de desenvolvimento tecnológico de ponta. A aposta em biometano e hidrogênio, gerados a partir do etanol, cria um ciclo virtuoso, aproveitando a infraestrutura já existente de distribuição de combustíveis e promovendo soluções de transporte mais limpas e eficientes.
O plano estadual de energia, que projeta o cenário até 2050, reflete esse compromisso de longo prazo com a descarbonização e a modernização da economia. O foco é claro: atrair investimentos privados, especialmente nas áreas de biogás e biometano, setores que têm mostrado um enorme potencial de geração de empregos e de redução das emissões de carbono.