Taxa de desemprego cai para 5,6%, a menor da série histórica
Mercado de trabalho volta a bater recordes com mais pessoas ocupadas, mais carteiras assinadas e massa de rendimento em alta

O trimestre móvel encerrado em julho trouxe marcas históricas para o mercado de trabalho brasileiro. A taxa de desemprego caiu para 5,6%, a menor desde o início da série em 2012, enquanto o total de ocupados bateu 102,4 milhões de pessoas, também um recorde, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo IBGE.
O número de pessoas desocupadas caiu para 6,1 milhões, menor patamar desde o fim de 2013. o. Pela metodologia da Pnad Contínua, o IBGE considera desempregados os brasileiros que estão sem emprego mas procurando uma ocupação ou o ingresso no mercado de trabalho. O nível de ocupação, isto é, de pessoas efetivamente trabalhando, alcançou 58,8%, o total de empregados com carteira assinada chegou a 39,1 milhões e a massa de rendimento real atingiu 352,3 bilhões de reais, todos marcos registrados pelo IBGE.
O rendimento médio do trabalhador ficou em 3.484 reais, alta de 1,3% no trimestre e de 3,8% em um ano. A melhora foi puxada principalmente pelos salários no setor público. Frente a 2024, também houve crescimento nos rendimentos da agropecuária, construção, informação e serviços domésticos.
Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”.
A população fora da força de trabalho ficou estável, em 65,6 milhões, enquanto a população desalentada, o grupo dos que desistiram de procurar emprego, recuou a 2,7 milhões, queda de 11% no trimestre e de 15% no ano. “Esses indicadores demonstram que as pessoas que deixaram a população desocupada não estão se retirando da força de trabalho ou caindo no desalento, elas estão realmente ingressando no mercado de trabalho, o que é corroborado pelo recorde na ocupação”, explica Kratochwill, analista do IBGE.
As áreas que mais demandaram
O avanço da ocupação foi puxado principalmente pela agropecuária, pela área de informação e comunicação e pelo setor público, com alta em saúde e educação. Na comparação anual, também houve expansão em indústria, comércio e transporte.
A taxa de informalidade caiu levemente para 37,8%, embora o contingente de trabalhadores informais ainda tenha crescido, alcançando 38,8 milhões de pessoas. O número de trabalhadores por conta própria chegou a 25,9 milhões, o maior da série, mas com peso diferente dos recordes estruturais.
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