Temer sanciona Refis na véspera de votação de 2ª denúncia
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que os vetos à MP do novo Refis ainda estão sendo analisados
 
                O presidente Michel Temer (PMDB) sancionou nesta terça-feira a lei que cria um novo programa de refinanciamento de dívidas tributárias de empresas com a União, conhecido como Refis. O governo antecipou a sanção, planejada apenas para a semana que vem, por pressão de parlamentares, na véspera da votação da denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça contra o presidente pelo plenário da Câmara dos Deputados.
Porta-voz do grupo de parlamentares interessado no Refis, o deputado federal Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), relator da Medida Provisória do Refis, vinha cobrando insistentemente a sanção antes do prazo final – 3 de novembro – e uma MP estendendo o prazo de adesão, que se encerraria no final desta semana. O governo não confirma a edição da MP, mas admite que é provável que seja sim editada por um período de até 15 dias.
Depois de ameaçar vários vetos, o governo se concentrou em quatro pontos. Um deles, o que estendia os prazos de pagamento e os descontos do programa para as micro e pequenas empresas participantes do Simples Nacional, que já tem um regime próprio de tributação. O segundo, em artigo que detalha as parcelas mínimas a serem pagas, retira também a referência a participantes do Simples.
O governo também decidiu pelo veto completo ao artigo 12, que zera as alíquotas da Contribuição sobre o Lucro Líquido, Impostos de renda, contribuição para PIS/PASEP e Cofins sobre a receita auferida com a cessão de créditos de prejuízo fiscal para o pagamento do Refis.
O último veto foi à parte do texto aprovado pelos deputados que vedava a exclusão do Refis de 2000 de participantes que estejam em dia com os pagamentos, mas cujas parcelas sejam insuficientes para amortizar a dívida principal.
O Palácio do Planalto ainda não divulgou a justificativa para os vetos. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB) disse que a sanção da lei sairá no Diário Oficial da União desta quarta-feira. Questionado sobre possíveis vetos, disse que eles ainda estavam “sendo analisados”.
Sozinho, o Refis rendeu à União 3,401 bilhões de reais em setembro, somando 10,985 bilhões de reais no ano até agora. As cifras incluem valores negociados junto à Receita e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Inicialmente, o governo tinha expectativa de arrecadar 13 bilhões de reais com o programa, mas os números foram ajustados para 8,8 bilhões no último relatório bimestral de receitas e despesas.
Denúncia
Padilha disse ainda que não acredita que a publicação no dia da votação da denúncia contra ele, o presidente e o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) na Câmara dos Deputados pode ter algum reflexo na base aliada. “Não vai ter confusão. Nossa base é composta por 390 votos”, disse.
O ministro afirmou que está confiante e que acredita que a denúncia será barrada por uma margem similar à primeira denúncia ou até dez votos a mais. “Vamos ter em princípio o mesmo número de votos, podendo ter uma variação para cima de até dez votos.”
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)
 Após Acordo de Paris, crescimento das emissões globais registra desaceleração histórica
Após Acordo de Paris, crescimento das emissões globais registra desaceleração histórica 
							 
							 
							 
							 
							 
							 ACESSO LIVRE COM VIVO FIBRA
ACESSO LIVRE COM VIVO FIBRA