A Oracle vai assumir a administração das operações do TikTok nos Estados Unidos como um “parceiro tecnológico confiável”. O negócio foi confirmado na manhã desta segunda-feira, 14, pelo secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin. Segundo ele, até o fim da semana o presidente Donald Trump será informado da operação com uma recomendação. O secretário afirmou que o negócio envolveria a criação de 25 mil novos empregos nos Estados Unidos. O anúncio resolve, ao menos parcialmente, o imbróglio que colocou o TikTok no meio da disputa comercial entre americanos e chineses. Trump havia dado até 20 de setembro para que os chineses da ByteDance, donos do TikTok, vendessem suas operações no país sob pena do banimento do aplicativo. A Microsoft chegou a fazer uma oferta neste fim de semana, mas os chineses acabaram aceitando a proposta da californiana Oracle.
Mesmo com o negócio, ainda há dúvidas se Trump irá aceitar a solução encontrada já que não houve um contrato de venda, e sim uma parceria tecnológica. Trump exigia a saída da ByteDance do negócio sob alegação de a ferramenta ser utilizada pelo governo chinês para coletar indevidamente informações dos usuários. Sucesso mundial, presente em mais de 200 países, o TikTok já foi baixado mais de dois bilhões de vezes. Só nos Estados Unidos, tem 100 milhões de usuários e 1.400 funcionários.
Apesar de se tratar de um assunto empresarial, ele tem contornos políticos importantes porque seu desdobramento sinalizará para onde irá a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos até a eleição presidencial, marcada para o dia 2 de novembro. O protecionismo do presidente americano Donald Trump, uma das suas principais bandeiras políticas, tende a se acirrar em meio a campanha eleitoral. Do outro lado, porém, o governo chinês mostra que não está disposto a ceder. Nessa segunda-feira, 14, a imprensa estatal chinesa declarou que a ByteDance não venderia o TikTok para a Oracle, deixando o futuro do aplicativo ainda imprevisível.
No domingo, a Bytedance, proprietária chinesa do aplicativo rejeitou a proposta de compra da americana Microsoft, gerando dúvidas sobre de que forma se resolverá o imbróglio sobre a saída da empresa dos EUA. “A ByteDance nos informou hoje que não venderia as operações do TikTok nos Estados Unidos para a Microsoft. Estamos confiantes de que nossa proposta teria sido boa para os usuários do TikTok, ao mesmo tempo que protegia os interesses da segurança nacional”, disse a empresa em nota no domingo, 13. “Para fazer isso, teríamos feito mudanças significativas para garantir que o serviço atendesse aos mais altos padrões de segurança, privacidade, segurança online e combate à desinformação, e deixamos esses princípios claros em nossa declaração de agosto”, disse o comunicado.