‘Transição energética não deve seguir modismos’, diz presidente da Anfavea
Para Márcio Lima Leite, transição energética não pode atropelar o maior ciclo de investimentos da história das montadoras no Brasil
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite, defendeu uma transição energética “sem modismos e com muita responsabilidade ambiental e social” para a indústria automotiva brasileira. Leite lembra que as montadoras estão no meio do maior ciclo de investimentos da história no país, totalizando 130 bilhões de reais. “Boa parte desses investimentos vai para a transição energética”, diz.
“A gente precisa perseguir a descarbonização, mas aliando-a a uma transição que assegure a sustentabilidade do negócio, dos fornecedores e dos empregos”, acrescenta. “É preciso muita serenidade para que haja um senso de urgência, mas também de balanceamento adequado entre produção, investimentos e descarbonização.”
A chegada massiva de carros elétricos ao mercado brasileiro, sobretudo importados da China, é um dos temas mais sensíveis no setor. Neste ano, as montadoras já instaladas no país pediram que o governo elevasse a alíquota de importação dos carros elétricos chineses.
Leite observa que não se trata de ser contra os veículos eletrificados, mas de cultivar várias rotas de tecnologia, como os motores flex, que funcionam com o etanol, uma tecnologia em desenvolvimento no Brasil há mais de cinquenta anos. “Não temos preferência por uma rota tecnológica ou outra, mas o etanol é, sem dúvida, um grande aliado na descarbonização e, portanto, da indústria brasileira.”
Leite participa, nesta segunda-feira, do VEJA Fórum – Oportunidades do Brasil na Transição para a Energia Verde, realizado na Casa Fasano em São Paulo.