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Trump ensaia mudança de rota após resposta da China 

O presidente americano suaviza sua retórica contra o país de Xi Jinping após o fracasso da estratégia do confronto

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 abr 2025, 16h59 - Publicado em 23 abr 2025, 14h40

No teatro da geopolítica, poucos presidentes interpretaram com tanto zelo o papel de protagonista imprevisível quanto Donald Trump. Sua abordagem diante da China — uma mistura de retórica incendiária e tarifas punitivas — sempre teve mais de espetáculo do que de diplomacia. Mas os bastidores revelam outra narrativa: pressionado pela resiliência de Pequim, o republicano começa agora a ensaiar um recuo discreto no front tarifário.

Depois de ameaçar impor tarifas de até 145% sobre produtos chineses, Trump dá sinais de que sua estratégia de confronto falhou. Xi Jinping não cedeu às suas ameaças. A economia chinesa, embora pressionada, manteve-se firme, e o presidente americano se vê forçado a reconsiderar sua posição. Segundo o Wall Street Journal, a Casa Branca avalia cortar significativamente as tarifas — em alguns casos, para algo entre 50% e 65%.

Fontes do governo indicam que está sobre a mesa uma proposta de escalonamento: alíquotas de 35% para produtos considerados não estratégicos e de até 100% para itens sensíveis, como semicondutores, telecomunicações e componentes eletrônicos — setores nos quais os Estados Unidos ainda tentam conter a expansão chinesa.

Essa reversão, no entanto, não significa rendição. “Qualquer decisão sobre tarifas será tomada pessoalmente pelo presidente”, afirmou Kush Desai, porta-voz da Casa Branca, tentando manter viva a imagem de um Trump intransigente. A mensagem é clara: mesmo quando recua, o presidente deseja parecer no controle.

Se a retórica do confronto funcionou em seu primeiro mandato (2017-2021), hoje ela já não surte o mesmo efeito. Desde a primeira guerra tarifária, a China se preparou. Reduziu sua dependência dos Estados Unidos, diversificou seus parceiros comerciais e investiu pesadamente em autonomia tecnológica — incluindo a fabricação de itens estratégicos como chips e semicondutores. O que antes era vulnerabilidade tornou-se escudo.

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