Trump formaliza plano para tarifas recíprocas; veja a íntegra da ordem assinada por ele
Documento não estabelece prazo para a implantação da reciprocidade tarifária e afirma que Estados Unidos são tratados de modo injusto por parceiros comerciais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou nesta quinta-feira 13 o plano para implantar tarifas recíprocas nas relações comerciais com outros países. O objetivo é equiparar as taxas cobradas pelos americanos sobre os produtos que importam e as pagas por eles para exportar para outras nações. Esse é o teor do memorando assinado ontem pelo republicano. Na prática, o documento não estabelece a reciprocidade tarifária, mas fornece as diretrizes para impô-la.
O documento é endereçado aos secretários de comércio e segurança interna (que, nos Estados Unidos, são o equivalente a ministros), e a diretores e chefes de agências e órgãos federais. No memorando, Trump afirma que “os Estados Unidos estão entre as economias mais abertas e com as menores tarifas médias ponderadas do mundo”. O presidente americano observa que o país impõe poucas barreiras às importações, quando comparado às maiores economias do globo.
“Por muitos anos, os Estados Unidos têm sido tratados injustamente por parceiros comerciais, tanto amigos, quanto inimigos. Esta falta de reciprocidade é uma fonte do nosso grande e persistente déficit anual em bens – mercados fechados no exterior reduzem as exportações dos Estados Unidos e mercado doméstico aberto resultam em significativas importações”, declara Trump no memorando.
O texto não deixa claro o prazo para que a reciprocidade tarifária seja implantada. Suas duas dicas presentes no documento não ajudam a esclarecer essa dúvida. A primeira é que o memorando faz referência memorando assinado por Trump no dia de sua posse, 20 de janeiro, que estabelece a política comercial “American First”. Naquele texto, o republicano determina que uma série de secretários e órgãos federais persigam a meta de privilegiar e estimular a indústria americana, eliminar condições injustas de competição com outros países e apresentar um levantamento completo de desequilíbrios que comprometam a economia americana. Aquele documento, no entanto, também não estabelece um prazo nem um plano de trabalho.
No memorando de ontem, a outra dica é o prazo de 180 dias determinado por Trump para que o chefe do Escritório de Orçamento e Gestão apresente um relatório por escrito “de todos os impactos fiscais sobre o governo federal e dos impactos de quaisquer coletas de informações sobre o público”. No entanto, essa determinação não se refere especificamente à coleta das tarifas pagas ou cobradas pelos americanos em suas relações comerciais.
Veja, a seguir, a íntegra do memorando assinado nesta quinta-feira 13 por Donald Trump que, na prática, inicia o processo de implantação das tarifas recíprocas nos Estados Unidos.