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Trump ordena restrições a investimentos da China nos Estados Unidos

Republicano quer a China fora de setores estratégicos da economia americana; Pequim classifica medidas como "discriminatórias"

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 fev 2025, 09h43 - Publicado em 24 fev 2025, 09h38

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou na sexta-feira 21 que os órgãos federais sejam mais rigorosos na aprovação de investimentos da China em setores estratégicos. Com isso, o republicano pretende evitar que as empresas chinesas assumam uma posição relevante no mercado americano em áreas como tecnologia, infraestrutura, saúde e energia. A reação de Pequim foi classificar a medida como “discriminatória” e afirmar ela “fere seriamente a confiança das empresas chinesas que desejam investir nos Estados Unidos.”

O memorando assinado por Trump na sexta-feira, batizado de “America First Investment Policy”, foi endereçado a diversos secretários (que, para os americanos, são o equivalente a ministros) e chefes de órgãos federais, incluindo o diretor do FBI. O documento afirma que a nova política de investimentos é “crítica” para a “segurança econômica e nacional. “Saudar o investimento estrangeiro e fortalecer os mercados de capitais público e privado dos Estados Unidos, que ocupam uma posição de liderança mundial, serão uma peça-chave da Era Dourada da América.”

Trump prossegue afirmando que “os Estados Unidos possuem os ativos mais atraentes do mundo em tecnologia e na nossa economia, e desejamos facilitar que nossos aliados apoiem os empregos nos Estados Unidos, os inovadores dos Estados Unidos, e o crescimento econômicos dos Estados Unidos com o seu capital.”

Trump não quer a China em setores estratégicos

A boa vontade da Casa Branca, contudo, não se estende ao capital chinês. O memorando deixa claro que obter “investimentos a qualquer custo não é, sempre, do interesse nacional”, e critica seriamente a presença da China na economia americana. “Certos adversários estrangeiros, incluindo a República Popular da China, sistematicamente dirige e facilita investimentos em ativos e companhias dos Estados Unidos para obter um atalho a tecnologias, propriedade intelectual e influência em indústrias estratégicas.”

Segundo Trump, a China “busca essas estratégias por diversos meios, tanto visíveis, quanto dissimulados, e sempre via companhias parceiras ou fundos de investimento de outros países.” Por isso, o memorando de Trump determina que os “Estados Unidos usarão todos os instrumentos legais necessários, incluindo o Comitê de Investimentos Estrangeiros (CFIUS), para restringir pessoas ligadas à China de investir em tecnologia, infraestrutura crítica, saúde, agricultura, energia, matérias-primas e outros setores estratégicos dos Estados Unidos.”

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A Casa Branca também acusou Pequim de se aproveitar cada vez mais do capital americano para desenvolver e modernizar suas forças armadas, serviços de inteligência e outros aparatos de segurança. Um porta-voz do governo chinês afirmou que “a China acompanhará de perto as ações americanas e tomará as medidas necessárias para salvaguardar seus legítimos interesses e direitos.”

O “America First Investment Policy” é mais um capítulo na guerra comercial que começa a recrudescer entre as duas maiores economias do planeta. Desde que assumiu em 20 de janeiro, Trump já impôs uma sobretaxa de 10% para a importação de todos os produtos chineses. Além disso, determinou uma tarifa de 25% sobre as compras de aço e alumínio, argumentando que os produtos siderúrgicos chineses chegam ao país por meio de uma triangulação: a commodity chinesa seria remetida, primeiro, a outros países para ser beneficiada e, depois, seria exportada para os Estados Unidos a preços mais baixos.

Trump repete roteiro de 2018 contra a China

Esta não é a primeira vez que Trump restringe os investimentos chineses no país. Em 2018, logo após assumir seu primeiro mandato, o republicano seguiu pelo mesmo caminho. Na ocasião, ele cogitou recorrer à Lei de Poderes Econômicos de Emergência, aprovada nos anos 1970 e usada em sanções contra a Coreia do Norte e o Irã. A lei permite que o presidente americano decrete “emergência econômica”, o que o autoriza a adotar retaliações mais duras contra outros países, com base na segurança nacional.

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Em 2018, contudo, Trump optou por atualizar a legislação que rege o CFIUS, já que a decretação de emergência econômica poderia enfrentar a oposição do Congresso. Assim, após o parlamento revisar e modernizar as leis referentes ao CFIUS e aos investimentos estrangeiros, a Casa Branca confiou aos órgãos federais a tarefa de restringir o investimento chinês nas áreas mais sensíveis da economia.

Veja a íntegra do memorando “America First Investment Policy” assinado por Trump na última sexta-feira, que orienta o governo a restringir os investimentos da China no país:

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