A Boeing, uma gigante da aviação, continua enfrentando uma série de turbulências financeiras. No terceiro trimestre de 2024, a empresa reportou um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões, um salto significativo em relação ao prejuízo de US$ 1,64 bilhão no mesmo período do ano anterior. Esse desempenho reflete uma piora das finanças da companhia, que tem lutado para superar desafios operacionais e estruturais desde os escândalos e problemas com o 737 MAX, além de interrupções na cadeia de suprimentos pós-pandemia.
O prejuízo ajustado por ação foi de US$ 10,44, superando as expectativas negativas de US$ 10,35, traçadas por analistas da FactSet. Embora os números já fossem sombrios, eles excederam as previsões da própria Boeing, que esperava uma perda de US$ 9,97 por ação.
Apesar do aumento nas perdas, a receita da Boeing surpreendeu ligeiramente o mercado, totalizando US$ 17,84 bilhões no trimestre, uma queda anual de 1%, mas ainda superior às estimativas de US$ 17,82 bilhões. No entanto, esse respiro foi pequeno diante da montanha de desafios que a empresa enfrenta. Kelly Ortberg, que assumiu como CEO em agosto, reconheceu que será necessário “tempo” para a Boeing recuperar seu prestígio no setor aeroespacial, um objetivo que parece cada vez mais distante, especialmente após as recentes revelações de que a empresa busca levantar US$ 10 bilhões em vendas de ações para fortalecer sua posição financeira.
A Boeing não só enfrenta concorrência acirrada de sua rival Airbus, que conseguiu navegar melhor pelos obstáculos da indústria, mas também lida com uma desconfiança persistente dos investidores e clientes em torno de sua capacidade de execução.