Um terço dos consumidores que usou o cartão de crédito em agosto desconhece o valor da fatura, indicou pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Ainda assim, 74% conseguiram pagar integralmente a cobrança. Considerando apenas as classes C e D, porém, o porcentual cai para 64%. Entre os que lembram do valor da fatura, o gasto médio foi de 882 reais.
O levantamento mostrou também que quatro em cada dez consumidores recorreram a alguma modalidade de crédito em agosto. O mais frequente foi o cartão de crédito (35%), seguido por crediário (9%), limite do cheque especial (7%) e empréstimos (6%).
Durante o mês, 25% dos brasileiros entraram no crédito rotativo. Ao ano, segundo dados do Banco Central, os juros da modalidade podem chegar a 792,54%.
A pesquisa ainda apontou que 50% dos tomadores de empréstimos e financiamentos atrasaram, em algum momento, parcelas de sua dívida – 21% ainda estão com parcelas pendentes.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crédito não pode funcionar como complemento da renda. “A falta de disciplina no controle do orçamento acaba provocando uma desorganização. Em muitos casos, o consumidor precisa recorrer a renegociações que levam muitos meses para quitar, comprometendo parte do orçamento por um bom tempo”.
Dívidas
A maioria dos consumidores (82%) está no limite do orçamento. Outros 38% dizem estar no vermelho. A principal causa citada para o desajuste de contas foi a alta dos preços (49%). Em seguida, os entrevistados também alegaram a queda da renda (25%), desemprego (23%) e descontrole dos gastos (13%).
Para 55% dos brasileiros, a meta era reduzir as despesas no mês de setembro, em comparação com agosto.
A pesquisa da CNDL e SPC Brasil entrevistou 800 consumidores de todas as classes sociais em doze capitais brasileiras.