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Unanimidade entre diretores alinha Copom ao mercado financeiro

Movimento, no entanto, aumenta as dúvidas sobre a reação de Lula em relação à política monetária

Por Juliana Machado Atualizado em 20 jun 2024, 11h31 - Publicado em 19 jun 2024, 19h21

A decisão unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa de juros no Brasil inalterada, em 10,5% ao ano, se alinha fortemente com as expectativas de participantes do mercado, que esperavam para o comunicado de hoje uma convergência dos diretores em relação ao atual estágio da política monetária.

Por outro lado, crescem as dúvidas sobre a reação e a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno do tema, já que nem mesmo os membros por ele indicados ao grupo foram favoráveis a prosseguir com os cortes.

Todos os diretores concordaram em interromper o ciclo de sete cortes da Selic visto até aqui: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira, indicados por Lula, votaram em sintonia com Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso, Renato Dias de Brito Gomes e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

“Foi uma decisão unânime, e o Copom não cedeu à pressão política. Essa era a maior dúvida, pois o presidente Lula criticou veementemente o colegiado nos últimos dias”, afirma Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital. “Amanhã devemos observar queda no dólar e nos juros futuros, enquanto que a bolsa deve abrir em alta, refletindo maior otimismo com a política monetária.”

Para participantes do mercado, a decisão de hoje mostra que o Copom vem tomando decisões técnicas, o que reforça a credibilidade em relação à política monetária. No comunicado de hoje, o Comitê deixou claro que a interrupção do ciclo responde a um processo inflacionário mais lento e um ambiente internacional mais desafiador, com dúvidas em relação ao início do corte de juros nos Estados Unidos.

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“Desde maio, foi instaurada uma crise de confiança em relação ao futuro do Banco Central, então a unanimidade em conjunto com a redação do comunicado, que tem um tom bem duro em relação a manter a taxa de juros em nível restritivo, devem contribuir para uma abertura mais leve do mercado na quinta-feira”, afirma Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Apesar disso, a economista reforça: esse alívio provavelmente será momentâneo, porque ainda há preocupações em relação ao futuro do BC na troca de comando e também diante da crise de confiança com as contas públicas e a política fiscal. “Essa última questão ainda reserva desafios e pode continuar prejudicando o ambiente para a economia brasileira.”

Nos próximos dias, os investidores deverão acompanhar de perto novas declarações de Lula e não descartam que o presidente suba o tom contra o BC e Roberto Campos Neto, o que pode reforçar os receios em relação à nomeação do novo presidente da autoridade no fim do ano. Nos últimos dias, ataques feitos pelo presidente ao BC pressionaram ativos brasileiros, levando o dólar a bater nos 5,48 reais e o Ibovespa a estacionar na casa dos 120 mil pontos.

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