Se o Brasil quer uma transição energética inteligente, não pode descartar todo o investimento que o país fez há mais de cinco décadas em etanol e biocombustíveis. “Graças ao etanol e aos biocombustíveis, temos uma redução de emissão de gás carbônico equivalente a 8 milhões de veículos elétricos”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), durante painel do fórum VEJA Transição Energética.
A transição energética com responsabilidade deve ser feita com calma, na visão do executivo, que também lembrou o tamanho do setor de transportes no volume de emissões de gases de efeito estufa. Tido como vilão da poluição, o setor de transportes, mais especificamente de automóveis, responde por 11% das emissões. “O etanol cumpre um papel de descarbonização interessantíssimo”, disse Leite.
O presidente da Anfavea também elogiou o recente programa Mover, dizendo que é um divisor de águas. Na sua visão, a iniciativa dá previsibilidade à indústria e permitirá um avanço importante em pesquisa e desenvolvimento. “Estão previstos mais de 60 bilhões de reais em pesquisa e desenvolvimento”, disse.