Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Vacina e tensões entre EUA e China mantêm bolsas no zero a zero

Apesar de movimento geopolítico importante e de avanço nos estudos com vacinas contra a Covid-19, mercados ficaram equilibrados em todo mundo

Por Luisa Purchio Atualizado em 22 jul 2020, 17h40 - Publicado em 22 jul 2020, 17h35
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Acontecimentos positivos e negativos equilibraram os mercados e mantiveram as bolsas com pequenas oscilações nesta quarta-feira, 22. Se por um lado avanço nas vacinas anima os mercados, a escalada de tensões entre Estados Unidos e China, com o episódio do fechamento de um consulado chinês no Texas, pesou para baixo, mas não suficiente para despencar os mercados, como aconteceu durante todo o ano passado, com acirramento da guerra comercial. A bolsas brasileira e internacionais e as mantiveram em uma variação abaixo de 1% nesta quarta-feira, 22. No início da tarde, os principais índices das bolsas americanas operavam em leve alta e assim se mantiveram: o Dow Jones em 0,32%, o S&P500 em 0,18% e o Nasdaq em 0,17%. No Brasil, o Ibovespa acompanhava os movimentos internacionais e fechou com alta mínima de 0,08%, a 104.394 pontos. O movimento segue as tendências de leve variação que ocorreu no fechamento das principais bolsas asiáticas: o índice Nikkei 225, de Tóquio, fechou em queda de -0,58%, enquanto o Shanghai Shenzhen CSI 300 em alta de 0,50%.

    Um dos principais fatores que impulsionou para cima as bolsas em todo o mundo foi o avanço da vacina da Pfizer e BioNTech, chamada de BNT 162. Considerado seguro para humanos na fase 1 de testes, o imunizante segue na frente e já está nas fases 2 e 3 das pesquisas. Hoje o governo dos Estados Unidos concluiu a negociação da compra de 100 milhões de doses por 1,95 bilhão de dólares, praticamente toda a produção inicial anunciada pela farmacêutica. A proximidade da aprovação de uma vacina é muito benéfica para o mercado, pois gera a esperança da redução da necessidade de isolamentos sociais, porém pesa o domínio americano, que visa uma solução apenas interna, deixando a chegada do imunizante em escala global em segundo plano.

    ASSINE VEJA

    Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio
    Crise da desigualdade social: a busca pelo equilíbrio Leia nesta edição: Como a pandemia ampliou o abismo entre ricos e pobres no Brasil. E mais: entrevista exclusiva com Pazuello, ministro interino da Saúde ()
    Clique e Assine

    Por outro lado, o aumento do número de casos de infectados por Covid-19 e da disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a China puxa para baixo as bolsas americanas. A temperatura entre os dois países vem subindo desde a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong e ferveu com o fechamento do consulado chinês em Houston, no Texas, pelo governo americano na madrugada desta quarta-feira. O fechamento teria ocorrido após a queima de documentos na instituição e o indiciamento pelo Departamento de Justiça americano de dois cidadãos chineses que teriam hackeado empresas ligadas ao desenvolvimento da vacina contra o coronavírus. A China acusa o processo de calúnia e afirmou que retaliará. “Pedimos aos Estados Unidos que recuem imediatamente dessa decisão errônea. Caso contrário, Pequim responderá com contramedidas legítimas e necessárias”, disse em coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

    A briga dos gigantes impacta nos mercados, mas não mais que os enormes danos da Covid-19 na economia. Além disso, é vista como mais uma medida desesperada de Donald Trump de acenar para seus eleitores diante do favoritismo do seu opositor nas pesquisas, o candidato democrata Joe Biden. “Atualmente a economia americana é muito mais impactada pela aceleração e a desaceleração da China que pelo risco político. De uns anos para cá vemos um processo de desacoplamento das duas economias”, diz Daniel Duarte, coordenador do curso de Relações Internacionais e de Comércio Exterior da Universidade Vila Velha.

    Continua após a publicidade

    Para o Brasil, o conflito entre as duas nações pode ter viés positivo, uma vez que o país poderia substituir os Estados Unidos na exportação de soja para a China, além de milho e carne. No auge da briga entre os países, o Brasil aumentou em 13 bilhões de reais a exportação de soja em grãos para a China em 2019. Mesmo assim, o conflito não impactou muito as bolsas brasileiras. O que mais pesa no Ibovespa é a queda nas ações da Qualicorp, cujo fundador foi preso em escândalo de corrupção, além de ações na área de telefonia, turismo, construção civil e shoppings centers.

    Por outro lado, os setores de metalúrgica, tecnologia, maquinas de cartão e energia subiam no final da tarde de hoje. “As notícias da pandemia ainda se sobressaem e as empresas de tecnologia ganham mais força”, diz Liliam Carrete, professora de finanças da FEA-USP. Outro fator positivo para as bolsas é a entrega da proposta de reforma tributária pelo governo ao Congresso, medida esperada pelo mercado. O dólar comercial estava em baixa de -1,86% no final da tarde de hoje, a 5,11 reais. A gangorra do mercado demostrou que ainda balança mais para o lado das questões ligadas ao enfrentamento da pandemia do que para questões geopolíticas instigadas pelo presidente americano. Os investidores, no entanto, estão monitorando de perto a situação, uma vez que logo logo esse movimento pode se reverter.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 9,98 por revista)

    a partir de 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.