Vans, Kipling, Timberland e outras quinze marcas suspenderam as compras de couro no Brasil por causa das notícias relacionando as queimadas na Floresta Amazônica ao agronegócio, segundo divulgou em nota o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
A entidade formulou uma carta aberta endereçada ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pedindo à pasta “atenção especial sobre a realidade que já nos é posta, com a criação de barreiras comerciais por importantes marcas ao produto nacional”, informa o comunicado.
Na nota, a CICB ainda relata que a suspensão foi recebida com “muita preocupação” pelo setor. “Para uma nação que exporta mais de 80% de sua produção de couros, chegando a gerar 2 bilhões de dólares em vendas ao mercado externo em um único ano, trata-se de uma informação devastadora”, acrescenta.
Na visão da indústria, existe uma “interpretação errônea do comércio e da política internacionais acerca do que realmente ocorre no Brasil e o trabalho do governo e da iniciativa privada com as melhores práticas em manejo, gestão e sustentabilidade. Porém, é inegável a demanda de contenção de danos à imagem do país no mercado externo sobre as questões amazônicas”, completa a nota.
Ao todo, dezoito empresas são citadas na nota: Timberland, Dickies, Kipling, Vans, Kodiak, Terra, Walls, Workrite, Eagle Creek, Eastpack, JanSport, The North Face, Napapijri, Bulwark, Altra, Icebreaker, Smartwoll e Horace Small.
Números
Dados mais recente sobre a exportação de couro, elaborados pela entidade, revelam que, em julho, o setor vendeu para fora do país 84,2 milhões de dólares, aumento de 8,4% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram exportados 77,7 milhões de dólares. Na comparação com junho deste ano, no entanto, quando a exportação foi de 87,5 milhões de dólares, houve queda de 3,7%.