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Vilão no 1º em semestre, dólar pode ajudar na redução da perspectiva para a inflação

Alimentação e serviços também cedem e podem ajudar para um IPCA um pouco menor no ano, mas ainda acima da meta

Por Ana Paula Ribeiro Atualizado em 2 jul 2025, 17h35 - Publicado em 2 jul 2025, 13h53

E se o dólar contribuiu para a alta da inflação no início do ano, a moeda americana agora está sendo uma das responsáveis para a redução das projeções para o IPCA no ano – mas ainda acima da meta. Os preços de serviços e dos alimentos são outros fatores que têm contribuído nesse movimento.

Esse alívio pode começar a gerar uma onda maior de revisões por parte de analistas e economistas. O boletim Focus do Banco Central aponta para um IPCA de 5,20% ao final do ano, a quinta redução consecutiva. E o número deve continuar cedendo. 

Carlos Lopes, economista do banco BV, afirmou que neste momento o viés é de redução das projeções, atualmente em 5,20%. Ainda assim, não deve chegar à meta neste ano, que é de 3% para 2025, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. 

“Nas  nossas contas, começa a surgir um viés para baixo. E quando olhamos para o ano que vem, esse processo deve continuar, com o IPCA indo para 4,5% e 4%. É um processo esperado porque a inflação vai crescer com menos força”, explica. 

Para Lopes, há um processo de desinflação mais lento que em outros ciclos e por isso a dificuldade das projeções convergirem para dentro da meta. Uma das razões é a resiliência dos preços de serviços, que refletem um mercado de trabalho ainda aquecido, e os alimentos, que só começaram a ceder recentemente. Agora, há o impulso adicional da desvalorização dólar, que ajuda os preços dos bens industriais e de consumo.

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A instituição financeira ASA tem meta de inflação de 5,20% para o ano, mas também há uma tendência de revisão para baixo, segundo explicou o economista Leonardo Costa. 

“Os principais motivadores são as leituras mais fracas dos últimos IPCA e algumas coletas de alimentação que indicam uma fraqueza nos preços. A gripe aviária é um risco que se diluiu e houve o arrefecimento dos preços em natura com a entrada da safra recorde. Outro fator é o dólar”, diz. 

Outro efeito para a desaceleração é a taxa Selic de 15% ao ano, considera muito restritiva, mas está com u efeito mais defasado do que o esperado no papel de esfriamento da economia. 

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O que poderia reverter essa revisão das projeções para baixo é o risco de um agravamento do cenário externo, com novas mudanças na política comercial dos Estados Unidos ou agravamentos das tensões geopolíticas. Internamente, a questão fiscal aparece também como um fator de risco. 

Rafael Cardoso, economista-chefe do Daycoval, concorda que o dólar é um fator essencial na dinâmica de revisões. Por essa razão, a instituição vai esperar a consolidação da cotação nesse patamar para eventualmente fazer uma revisão. 

“A nossa projeção considera um câmbio mais perto de R$ 5,70. Se permanecer por muito mais próximo de R$ 5,50, aí sim poderia ter uma revisão baixista. Mas do mesmo jeito que não revisamos para cima quando o dólar atingiu R$ 6, vamos esperar agora também”, explica. 

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O banco espera um IPCA de 5,1% para este ano e de 4% para o ano que vem. 

Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do programa VEJA Mercado:

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