Volkswagen negocia gerenciar frota da Didi, rival chinesa da Uber
Como parte do acordo, a montadora alemã vai gerenciar uma frota de cerca de 100.000 veículos
A Volkswagen, maior montadora do mundo, está negociando uma joint venture com a chinesa Didi Chuxing, dona da 99, para gerenciar parte da frota de carros da empresa de transporte urbano e ajudar a desenvolver veículos voltados para os serviços da Didi.
Como parte do acordo, que deve ser assinado no início do próximo mês, a montadora alemã vai inicialmente gerenciar uma frota de cerca de 100.000 veículos para a Didi, da qual dois terços serão de carros do grupo Volkswagen, disse um executivo da montadora.
A Volkswagen também vai comprar alguns carros novos com a Didi para permitir que a chinesa aumente sua frota. As duas planejam, eventualmente, colaborar para criar e desenvolver veículos, disse o executivo na condição de anonimato, uma vez que os detalhes ainda são privados.
A crescente popularidade dos serviços de transporte por aplicativo em cidades congestionadas como Pequim e Xangai está mostrando sinais iniciais de diminuição de carros privados. Isso poderia ter sérias consequências para as montadoras existentes e está forçando empresas como a Volkswagen a reinventarem seus negócios e buscarem futuras fontes de receita.
“Para ser bem-sucedido como uma empresa de carros nesse novo ecossistema, nós precisamos saber quem é nosso consumidor, qual seu destino e qual deveria ser nossa estratégia”, disse o executivo.
Ele acrescentou que esse acordo vai eventualmente dar à Volkswagen acesso a alguns dos volumosos dados de comportamento do consumidor coletados por meio de 3 milhões de viagens que a Didi realiza na China por dia. O objetivo final é a redução e o uso de carros autônomos, disse o executivo da Volkswagen.
Até 80% dos clientes da Didi realizam viagens sozinhos e não precisam de um carro grande de quatro lugares, disse a fonte da Volkswagen.
Os veículos atuais têm motores e outras tecnologias que permitem que eles andem mais rápidos, enquanto carros especialmente produzidos para o transporte permitiriam velocidades mais lentas e, portanto, não precisariam ser aerodinâmicos ou ter motores poderosos. Isso permitiria carros com menos assentos e mais espaço para bagagem.
Três funcionários da Didi disseram que o formato final para um mercado de transporte urbano por aplicativo ainda é incerto e ninguém sabe o papel que as montadoras e a própria Didi terão.
Um porta-voz da Didi disse que os dois lados ainda estavam trabalhando nos detalhes de como seria a parceria. “Potencialmente, ambos irão voltar as atenções em construir um negócio de operação de frota e avançar em outras áreas potenciais como criação de novos modelos de carros para transporte urbano”, disse o porta-voz.