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Wall Street celebra Trump, bitcoin bate recorde e Tesla dispara 13%

Abertura de mercado: O resultado já pesa sobre o Brasil. Para além da disparada recente do dólar, o EWZ afunda mais de 1% nesta manhã

Por Tássia Kastner
6 nov 2024, 07h42
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  • Enquanto o Brasil ainda dormia, o republicano Donald Trump fez um primeiro discurso a apoiadores comemorando sua virtual vitória na eleição americana. No complexo processo eleitoral americano, Trump tinha 267 votos de delegados, dos 270 necessários, para levar a disputa – o que torna inviável uma virada de Kamala Harris.

    Wall Street decidiu celebrar. Os futuros de S&P 500 e Dow Jones avançam mais de 2%, enquanto o Nasdaq sobe 1,8%. O bitcoin sobe mais de 6%, em sua máxima histórica. As ações da Tesla disparam mais de 13% no pré-mercado. O dólar está na maior cotação em um ano.

    Não é uma leitura óbvia. Trata-se de uma das eleições mais atribuladas da história, mas até a semana passada, o mercado financeiro parecia ignorar as incertezas políticas. A volatilidade dos ativos financeiros foi baixa durante todo o período. O primeiro sinal de que Wall Street estava entrando na campanha veio com a subida do dólar. Depois, a alta da taxa de juros da dívida pública americana.

    Trump pregou, durante a campanha, aumento no protecionismo à economia americana e uma política fiscal expansionista. Ambas medidas poderiam elevar a inflação, daí as apostas em juros mais elevados. A consequência é que mais gente migra recursos para os Estados Unidos, em busca do rendimento dos títulos públicos. Daí a escalada da moeda americana.

    O contrassenso dessa história é que juros mais altos tendem a reduzir o lucro das empresas, pesando sobre as ações. A não ser que Wall Street aposte na vitória do protecionismo, na contramão do que prega o livre-mercado.

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    Durante seu primeiro mandato, Trump subiu o tom no conflito comercial com a China e impôs mais barreiras de importação para países do mundo todo – sobrou também para o Brasil, que teve, por exemplo, exportações de alumínio e aço sobretaxadas.

    Mas, por outro lado, isso pode ajudar empresas locais. Essa é uma das apostas de quem está comprando ações da Tesla. Elon Musk, dono da montadora, foi um aliado fiel de Trump durante a campanha e chegou a sortear prêmios em dinheiro a eleitores. E ele tem clamado por barreiras à importação de carros elétricos chineses, que estão “roubando” mercado de seus Teslas.

    O resultado já pesa sobre o Brasil. Para além da disparada recente do dólar, o EWZ afunda mais de 1% nesta manhã, pintando um dia negativo para o Ibovespa. Isso num pregão que deve ser marcado pela expectativa de nova alta da Selic. 

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