WEG: Energia que impulsiona o futuro
Como a empresa está aproveitando o trilionário ciclo de investimentos em transição energética para se consolidar como líder de motores e equipamentos elétricos
A catarinense WEG é hoje uma empresa com onipresença discreta no cotidiano dos brasileiros. Seja em motores de eletrodomésticos, câmeras de segurança ou painéis solares — ou na forma de parte da energia que chega às residências e empresas em todo o país, passando por equipamentos da companhia, como geradores e transformadores. Motores, inversores e baterias da WEG também equipam veículos elétricos. “É muito difícil um brasileiro passar o dia sem ter contato com algo que foi produzido pela WEG ou que veio de uma cadeia produtiva em que nossos equipamentos fizeram parte”, diz o engenheiro eletricista Alberto Kuba, presidente executivo desde abril de 2024 — o quarto na função em 64 anos de história da companhia, sediada em Jaraguá do Sul (SC).
Essa diversidade impulsionou o grupo a uma receita de 38 bilhões de reais em 2024, alta de 17% sobre o ano anterior. O Ebitda foi de 22,4%, o maior em uma década. A unidade WEG Equipamentos Elétricos teve receita líquida de 13,7 bilhões de reais, com lucro de 4,8 bilhões e margem líquida de 35,4% — desempenho que a consagrou como a melhor empresa de máquinas e equipamentos no país.
Segundo Kuba, o ano foi positivo tanto para a área de transmissão e distribuição de energia — como transformadores — quanto para grandes projetos de geração eólica e solar. A WEG também incorporou ao balanço os resultados das fabricantes de motores Marathon, Cemp, Rotor (adquiridas da americana Regal Rexnord em 2023) e da Volt, com sede na Turquia. Essas aquisições elevaram sua participação no mercado global para 16%, superando a sueca ABB e assumindo a liderança do setor.
Mais do que os números recentes, o que anima Kuba são as perspectivas. Em 2024, a WEG consolidou sua estratégia de se tornar uma das principais fornecedoras mundiais de equipamentos para a transição de fontes de energia. A empresa quer ampliar a oferta de produtos voltados à eficiência energética e à geração de energia renovável, além de soluções para hidrogênio verde e eletrificação da mobilidade — como estações de recarga, baterias, motores e inversores para ônibus e caminhões.
A transição energética é um mercado estimado em 2,8 trilhões de dólares por ano até 2033 — o dobro do 1,4 trilhão de 2024, segundo a consultoria Thymos, especializada no setor elétrico. O avanço é necessário para que empresas e governos cumpram metas de descarbonização até 2030. “Esse é o que os especialistas chamam de megaciclo de longo prazo para os investimentos e ele ainda não chegou ao pico”, diz Adriana Oliveira, head de P&D e termelétricas na Thymos.
A WEG colhe agora os frutos de uma estratégia de longo prazo. Prova disso é que 55% da receita de 2024 veio de produtos desenvolvidos nos últimos cinco anos. Para manter esse ritmo, a empresa investe cerca de 1 bilhão de reais por ano em inovação, pesquisa e desenvolvimento. “Temos uma cultura muito forte de inovação e de aumento da eficiência energética”, diz Kuba. Nos próximos anos, caberá a ele manter essa luz acesa.
Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19
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