Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Zara pode ser incluída em ‘lista suja’ de trabalho escravo

Sentença do Tribunal Regional do Trabalho cassou decisão que impedia a empresa de ser incluída na relação; irregularidades envolvem fornecedor da varejista

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h20 - Publicado em 14 nov 2017, 19h40

A varejista Zara pode ser incluída na chamada ‘lista suja’ de trabalho escravo por irregularidades flagradas em um de seus fornecedores brasileiros em 2011. A 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo responsabilizou a empresa pelo trabalho análogo à escravidão em sua cadeia produtiva em julgamento ocorrido no dia 8.

Segundo o desembargador Ricardo Artur Costa Trigueiros, relator do acórdão, “é impossível” aceitar a ideia de que a Zara não sabia o que estava acontecendo nas oficinas de costura, em uma espécie de “cegueira conveniente”.

Na sentença, o desembargador afirma que a Zara fez mais do que ignorar o que se passava nas oficinas contratadas por suas tercerizadas, como a Aha Indústria e Comércio. “A cadeia produtiva da Zara empregou a Aha como entreposta, no esforço de evitar seu flagrante envolvimento com mão-de-obra em condições análogas às de escravo”, afirmou.

O acórdão cassou uma tutela antecipada da empresa que impedia a entrada da grife na ‘lista suja de trabalho’ escravo. A empresa considera que não cabe possibilidade de ser incluída na lista, “pois os requisitos necessários para inclusão não se aplicam à situação da Zara”.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, a empresa tenta desde 2012 anular os autos de infração de auditores fiscais que registraram trabalho análogo ao escravo em oficinas que costuravam para a marca em 2011.

Continua após a publicidade

Para o procurador Luiz Carlos Fabre, a decisão está em conformidade com as deliberações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em matéria de responsabilidade em cadeias produtivas. “O subproduto do trabalho escravo é a proliferação de bolsões de miséria e mazelas sociais. Nada mais justo que tal degradação socioambiental urbana seja internalizada pela detentora do poder econômico relevante em uma cadeia produtiva, ainda que o trabalho escravo haja sido flagrado em oficinas contratadas por fornecedoras da Zara”.

Outro lado

Em nota, a Zara Brasil informa que vai recorrer da decisão ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). A empresa afirma que esse é um caso isolado de 2011, quando um de seus fornecedores desviou sem seu o conhecimento sua produção de forma irregular para duas oficinas que descumpriam as leis trabalhistas, ferindo gravemente seu Código de Conduta para Fabricantes e Fornecedores.

“A Zara Brasil continua acreditando que a Justiça do Trabalho vai considerar aspectos importantes do caso em sua decisão final, como o reconhecimento do vínculo empregatício da Aha com os trabalhadores das oficinas de costura, já que a própria Aha se responsabilizou imediatamente na época pela regularização dos mesmos quando encontrados em condições ilegais. Surpreendentemente a Aha não sofreu qualquer punição”, diz a empresa.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.