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Zeina Latif: plano do FGTS tem efeito de curto prazo e não muda a economia

Para economista, medidas não devem gerar aumento de endividamento nem mudança de padrão de consumo devido ao baixo valor do saque

Por Alessandra Kianek Atualizado em 24 jul 2019, 22h54 - Publicado em 24 jul 2019, 22h53
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  • “A medida anunciada pelo governo federal de liberar saques do FGTS tem efeito de curto prazo, é paliativa e não muda a economia.” Essa é a avaliação de Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.   

    O governo Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira, 24, medidas que flexibilizam os saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Entre as iniciativas, que se aplicam a contas ativas e inativas, está a criação do saque-aniversário, que vai conceder ao trabalhador, a partir de 2020, a possibilidade de sacar, anualmente, um percentual de seu saldo, e a liberação de um saque imediato de até 500 reais por conta vinculada.

    “Já vimos esse filme em parte no passado, que foi uma decisão do governo Temer. (…) Não é uma medida que fará o empresário contratar mais mão de obra e realizar investimentos. Não é uma mudança profunda. Não vai mudar a taxa de desemprego”, afirmou a economista.

    Segundo Zeina, no governo Temer, a medida foi responsável por um crescimento fora do esperado das vendas de varejo no PIB. “De fato, parte dos recursos foi para pagar dívidas e parte foi para pessoas darem entrada em novos projetos. Só que agora, por causa do valor dos saques ser mais baixo, não deve gerar aumento de endividamento nem mudança de padrão de consumo.” 

    A economista alerta que o problema do país hoje é estrutural. “Não podemos ficar presos a essas medidas de curto prazo, que tiram o centro de urgência. O problema do Brasil está muito mais associado a fraquezas estruturais do que a problemas transitórios de demanda. O país tem um ambiente de negócios hostil, que dificulta investimentos, que faz empresas fecharem. Além disso, está com o parque industrial obsoleto e possui mão de obra de baixa qualidade.” 

    Segundo Zeina, o governo precisa atacar pontos prioritários, como a Reforma Tributária. “O sistema atual de tributos tira a competitividade do país. As empresas precisam ter menos advogados e contadores e mais engenheiros e pessoal de tecnologia.” Além disso, a economista destaca a necessidade do avanço na reforma dos vários marcos regulatórios dos setores de infraestrutura, gás, saneamento e energia elétrica; e faz um alerta para a parte educacional: “Com o mundo discutindo a indústria 4.0, os nossos jovens não sabem matemática nem interpretação de textos. Essa questão da educação é pouco falada, mas muito urgente”.

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    A economista-chefe da XP prevê que o PIB deste ano fique entre 0,5% e 1%. “A aprovação da reforma da Previdência e o corte da taxa básica de juros devem gerar uma confiança maior do empresário. É possível que o segundo semestre seja um pouco melhor e possamos até sair desse quadro de estagnação, mas não há perspectiva de arrancada de crescimento acontecendo tão cedo no Brasil”, afirmou Zeina.

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