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Zuckerberg se oferece para dar explicações ao Congresso dos EUA

CEO do Facebook afirma que está disposto a contribuir com investigação sobre registro de dados de 50 milhões de usuários pela Cambridge Analytics

Por Da redação
Atualizado em 22 mar 2018, 11h19 - Publicado em 22 mar 2018, 11h08

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse em entrevista à CNN divulgada quarta-feira que está disposto a falar ao Congresso americano sobre coleta de dados de usuários, se for convocado. “O que nós tentamos fazer é enviar a pessoa no Facebook que terá mais conhecimentos. Se essa pessoa for eu, eu fico feliz em ir”, disse.

A declaração ocorre em meio ao questionamento de autoridades de países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e também no Brasil sobre o registro de informações de 50 milhões de usuários da rede social pela empresa Cambridge Analytica. A empresa foi contratada pela campanha eleitoral do presidente americano Donald Trump para prever as decisões dos eleitores e influenciá-los.

A divulgação do assunto fez as ações do Facebook sofrerem fortes quedas na bolsa de valores, fazendo a empresa perder bilhões de dólares em valor de mercado em poucos dias. Zuckerberg publicou nota na quarta-feira sobre o caso, dizendo que a rede social cometeu erros e anunciando mudanças no mecanismo de acesso a informações sobre usuários.

À CNN, ele voltou a se desculpar pelo ocorrido e assumindo responsabilidade da empresa no caso. “Essa foi uma grande quebra de confianças, e eu realmente sinto muito que aconteceu. Nós tempos uma responsabilidade básica em proteger os dados das pessoas”, afirmou o executivo.

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Reino Unido

No início da semana, o Zuckerberg foi convocado a uma audiência sobre o assunto no Reino Unido, pelo parlamento britânico.  O ministro de Cultura do do país, Matt Hancock, considerou a resposta ao vazamento de dados insuficiente. Em declarações feitas nesta quinta-feira à BBC Radio 4, Hancock disse que as empresas de tecnologia terão que ser mais transparentes sobre a forma como usam informações pessoais.

“Vi ontem à noite que Mark Zuckerberg se desculpou e disse que serão feitas algumas mudanças, mas, sinceramente, não acredito que estas mudanças vão suficientemente longe. De qualquer forma, não deveriam ser as companhias as que decidem qual é o equilibro entre privacidade e inovação e o uso de dados”, afirmou o ministro.

Essas regras, na sua opinião, “deveriam ser estabelecidas pela sociedade no seu conjunto e pelo Parlamento”, insistiu o titular de Cultura, ao lembrar que o Reino Unido fortalecerá a lei de Proteção de Dados para fazer frente a este problema de vazamento de informações pessoais.

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O escândalo se agravou com a decisão do conselho de direção da Cambridge Analytica de suspender nesta semana o presidente, Alexander Nix, enquanto realiza uma investigação independente para analisar o caso. A imprensa britânica divulgou nos últimos dias imagens gravadas com uma câmera oculta nas quais é possível escutar Nix sugerir táticas que a empresa utiliza para desvalorizar políticos através das redes sociais.

Alemanha

Na Alemanha, a nova ministra de Justiça, Katarina Barley, exigiu que o Facebook esclareça se há usuários alemães afetados pelo escândalo do vazamento de dados e alertou para possíveis sanções. Em declaração à imprensa no Bundestag (câmara baixa), a social-democrata explicou que convidou o responsável pela rede social na Europa para uma reunião com o objetivo de esclarecer o ocorrido e suas repercussões. “Exijo uma explicação sobre como pôde acontecer isso, se as usuárias e usuários de contas alemãs foram afetados e o que o Facebook pensa fazer para evitar que casos assim se repitam”, afirmou Barley.

A ministra alemã indicou que as empresas de tecnologia estão sujeitas a “sanções sensíveis” e apontou que a nova legislação comunitária de proteção de dados, que entrou em vigor em maio, prevê multas de até o 4% do faturamento global anual dessas empresas, “quantias consideráveis.

(Com EFE)

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