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Aumento recorde no ensino a distância

O novo Censo da Educação Superior, divulgado pelo MEC, mostra que a turma que faz faculdade fora da sala de aula não para de crescer

Por Maria Clara Vieira
20 set 2018, 13h09

Quase um terço dos brasileiros que ingressaram em cursos de graduação em 2017 optaram pelo via do ensino a distância. É o que mostram os resultados do último Censo da Educação Superior, divulgados hoje pelo Ministério da Educação. Segundo os dados, só neste último ano, o acesso à formação superior não-presencial subiu 27% – o maior aumento já registrado na série histórica, que começou há uma década – nos cursos convencionais, só para comparar, o acréscimo foi de 0,5%. O Brasil tem hoje quase 1,8 milhão de alunos matriculados em cursos de graduação a distância, um quinto do total.

A flexibilidade de horário e o preço mais baixo são apontados como os principais motores do crescimento vertiginoso do Ensino a Distância (EAD) no Brasil. “Cursos online são a solução para quem precisa conciliar trabalho e estudo”, diz o especialista Cláudio de Moura Castro, articulista de VEJA, que destaca também a regularização da modalidade como catalisador do aumento. Em maio do ano passado, o MEC publicou uma portaria possibilitando o credenciamento de instituições de ensino superior para cursos de EAD sem a exigência de aulas presenciais, o que ampliou substancialmente a oferta de vagas nesta alternativa de graduação. A educação tecnológica, mais voltada para a inserção no mercado de trabalho, foi especialmente beneficiada pela decisão: mais de 46% das matrículas na área já são a distância.

O acesso a ensino não-presencial no Brasil nem sempre foi tão fácil. Durante décadas, EAD foi sinônimo de curso por correspondência. Os alunos liam as apostilas em casa e dependiam do correio para enviar e receber suas dúvidas e exames. Nos anos 1970, a modalidade ganhou a televisão como aliada – caso do tradicional Telecurso. Mesmo assim, até 1996, não havia uma legislação no país que reconhecesse cursos a distância de nível superior, que chegaram a ser conhecidos no meio acadêmico pelo apelido pejorativo de “supletivo de smoking”. A necessidade, entretanto, se impôs ao preconceito: em plena era da internet, os cursos online se aprimoraram e ganharam o mercado. Nos últimos dez anos, a turma jovem que faz graduação a distância triplicou. É mais uma prova de como a internet está revirando a educação tradicional.

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