Machismo, racismo, cultura LGBT, direitos humanos. Diversas questões do primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que consiste em noventa perguntas nas áreas de linguagens e ciências humanas, versaram sobre esses e outros temas.
A escolha foi observada mesmo em questões que não tinham relação propriamente dita com a temática social de fundo. Em uma pergunta cujo objetivo principal era verificar se o estudante entendia a função de um resumo para um artigo acadêmico, o texto escolhido foi um intitulado “A imagem da negra e do negro em produtos de beleza e a estética do racismo”.
A resposta, segundo professores do Anglo Vestibulares, parceiro de VEJA para a correção da prova, era alternativa “A”, que destacava expressões responsáveis por denotar impessoalidade nesse tipo de texto.
Outro tema bastante presente foi a respeito da comunidade LGBT. Com o objetivo de analisar o que configura um dialeto e um patrimônio linguístico, o Enem 2018 perguntou aos estudantes sobre o “pajubá”, nome pelo qual é conhecido um conjunto de expressões mais afeitas a esse segmento da população, identificado pela prova como o “dialeto secreto utilizado por gays e travestis”
O estudante deveria dizer qual, das cinco alternativas propostas, representava uma característica que de fato permite ao pajubá configurar com o status de dialeto. Para os docentes do Anglo, essa foi uma pergunta que permitia múltiplas interpretações. No gabarito oficial, a alternativa considerada correta foi a de alternativa “C”. Veja a questão abaixo.
Interpretação de texto
Outra questão relacionada às questões de orientação sexual e identidade de gênero é a que trata da obra Amora, de Natália Borges Polesso. A escolha da organização do Enem foi pelo conto Vó, a senhora é lesbica?
O trecho deveria ser lido e interpretado para que, na resposta, fosse explícita qual a tensão fundamentada entre as personagens citadas e em qual perspectiva esta se baseava. Para os professores do Anglo, a resposta correta é a letra “B”. “A personagem da história conta que tinha receio de expor sua orientação sexual para a família, algo que já estava claro no ambiente escolar”, afirma o professor de Gramática Henrique Braga, que participou da correção das provas.