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Enem 2019: os temas mais importantes da prova deste domingo

Saiba quais são os assuntos que merecem revisão nas últimas horas antes do primeiro dia de exame

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 1 nov 2019, 18h31 - Publicado em 1 nov 2019, 17h17

Após um longo ano de polêmicas – desde a retirada de questões supostamente “ideológicas” do banco de opções até a possibilidade de aplicação da prova online, após a falência da gráfica responsável pela impressão do teste -, finalmente, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está às portas. Nos próximos dias 3 e 10 de novembro, mais de 5 milhões de estudantes serão submetidos à prova, que é o passaporte para todas as universidades federais do país – além de algumas instituições estaduais e no exterior, como é o caso da Universidade de Coimbra, em Portugal.

Este é o segundo ano em que o exame é aplicado em dois finais de semana. Neste domingo, serão testados os conhecimentos de ciências humanas (história, geografia, sociologia e filosofia) linguagens e redação. Os professores especialistas na área são unânimes ao afirmar que o tempo de aprender o conteúdo já passou. Contudo, caso o aluno queira lançar mão de resumos, vídeos e lembretes sobre o conteúdo, vale a pena ficar atento aos temas que frequentemente aparecem no cardápio de questões. Confira, abaixo, alguns dos assuntos mais recorrentes nas áreas de conhecimento que serão avaliadas neste fim de semana, compilados pelos professores do Colégio de A a Z, do Rio, e do Colégio Objetivo, de São Paulo.

História

Desde a eleição do presidente Jair Bolsonaro, ferrenho defensor do regime militar instalado no Brasil entre 1964 e 1985, a prova de ciências humanas é uma das que despertam mais preocupações nos especialistas no exame: não se sabe o que esperar da abordagem deste e outros temas como as idéias do filósofo Karl Marx ou do educador Paulo Freire. Outros assuntos menos espinhosos, contudo, são figurinha carimbada na prova e merecem a atenção do aluno.

O tempo da República Velha, marcada pela política do “café com leite” e sucedida pela Era Vargas, está sempre em voga, segundo a professora Roberta Luz, do Colégio A a Z. “O aluno deve entender as limitações ao exercício da cidadania na Primeira República e sua relação com as diferentes revoltas sociais do período. Também é importante conhecer as leis trabalhistas criadas por Vargas e a instalação do Estado Novo”, ressalta. Também aparecem com frequência questões ligadas ao reinado de Dom Pedro II e sua relação com a mão-de-obra escrava.

Geografia

É bom que o aluno esteja com os conhecimentos sobre sustentabilidade e ecologia afiados: a relação entre o homem e o meio ambiente e os impactos da ação humana no solo, no ar e na água são uma constante na prova. “Assuntos como efeito estufa e como lidar com o lixo também são comuns”, ressalta o professor Rodrigo Magalhães, também do A a Z. Vale memorar também conceitos ligados ao uso dos espaços urbanos e rurais – se, na cidade, fala-se em gentrificação (transformação do espaço para priorizar os mais ricos e afastar populações de baixa renda), no campo fala-se em conflitos fundiários e mecanização do trabalho.

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Também aparecem com frequência questões ligadas a temas globais como os principais blocos econômicos do mundo e o crescimento dos países emergentes. Vale ficar de olho nas relação entre estes tópicos e o surgimento dos governos nacionalistas na América e na Europa, que tendem a se posicionar contra o fortalecimento destes grupos.

Filosofia e sociologia

As disciplinas que por muito tempo foram o “patinho feio” do currículo continuam a merecer atenção especial no Enem. Nomes como Sócrates, Platão e Aristóteles – os pilares da filosofia antiga – devem ser familiares aos alunos, bem como suas principais idéias sobre ética e política. Este último tema, aliás, está entre os mais pedidos quando se trata de filosofia moderna, através dos escritos de Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau, Maquiavel e, claro, Karl Marx.

“Os textos de apoio, geralmente, relacional o filósofo em questão ao seu contexto histórico ou a algum problema moderno que possa ser pensado à luz das suas idéias”, ressalta a professora Vera Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo. “O conhecimento básico dos autores associado à capacidade de relacionar contextos e idéias dá conta do recado”, explica.

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Português e linguagens

Não há como escapar: a boa e velha interpretação de texto é a chave-mestra para quem quer se dar bem no Enem. Entretanto, habilidades como a de identificar funções da linguagem (o uso do modo imperativo como forma de chamar a atenção para um tema, por exemplo) e de gênero textual (diferenciar um artigo opinativo de um texto noticioso) também são trunfos importantes para realização do exame.

Outro tema frequente são as escolas literárias – o modernismo é um das mais recorrentes – e as variações lingüísticas. “É importante que o aluno saiba diferenciar, por exemplo, o português europeu do brasileiro, bem como vocabulários regionais do país”, ressalta a professora Lúcia Soares, do Colégio A a Z.

Redação

Não há consenso entre os especialistas se a redação deve ser feita no começo ou no final da prova. É ponto passivo, contudo, que o aluno deve separar ao menos uma hora para cumprir a tarefa. Para a professora Maria Aparecida Custódio, do Objetivo, a estrutura engessada com introdução, argumentos e conclusão é sempre uma boa saída. “O Enem é muito longo e a correção é técnica. Não é preciso ter um texto brilhante para tirar uma boa nota, basta não ‘viajar’ no desenvolvimento”, explica.

Eis a fórmula “padrão”: apresente o tema no primeiro parágrafo, destaque sua importância e a necessidade de intervenções. Em seguida, escolha dois ou três argumentos para sustentar a tese abordada. Por fim, proponha uma solução que, de preferência, envolva o poder público e a sociedade civil. “O mais importante é a proposta de ação”, ressalta a professora.

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