Fazer pós-graduação de graça nos EUA é mais fácil que se especializar no Brasil
Com inglês básico e cartas de recomendação, é possível conseguir vaga em uma das 1 500 instituições americanas
Fazer uma especialização em uma universidade dos Estados Unidos é um sonho alimentado por muitos profissionais que buscam se diferenciar no mercado de trabalho e que tem se tornado, cada vez mais, realidade. De acordo com o Open Doors, relatório elaborado pelo Departamento de Estado norte-americano, mais de 16 mil brasileiros se matricularam em cursos de universidades americanas na temporada 2022/2023. Apesar disso, muita gente ainda tem receio de ingressar no processo seletivo em função das barreiras da língua e dos altos custos envolvidos – as mensalidade variam entre 18 000 e 35 000 dólares por semestre, dependendo da instituição.
O que nem todo mundo sabe, é que é possível estudar fora de forma totalmente gratuita em uma das 1 500 universidades americanas, ganhando inclusive uma ajuda de custos para se manter durante os estudos. “É mais fácil ser aceito no doutorado com bolsa 100% nos EUA do que ser aceito para a mesmo processo no Brasil”, garante Monique Souza, sócia da PHD nos EUA, uma empresa especializada em prestar consultoria para alunos brasileiros interessados no processo.
Ha diversas modalidades de bolsa. As mais indicadas para quem quer começar são “Teaching Assistantship” e “Research Assistantship”. A primeira é destinada a alunos que se tornam assistentes dos professores, podendo dar monitorias dentro para outros estudantes. Já a segunda permite que os estudantes se integrem a grupos de pesquisa em suas áreas profissionais.
Em ambos os casos, os alunos recebem uma ajuda de custos para alimentação e moradia que costuma variar entre 2 000 e 3 000 dólares mensais, dependendo da cidade onde a universidade está localizada.
Requisitos
Para estudar em uma universidade americana é preciso passar por um processo seletivo baseado em análise do currículo e entrevistas, que leva em conta a trajetória do candidato e a adequaçao do perfil aos cursos oferecidos.
Os postulantes precisam apresentar:
- Diploma de bacharel ou de licenciatura
- Certificado de proficiência em inglês
- Três cartas de recomendação – pode ser do chefe ou de outros professores
- Carta de motivação contando os motivos para fazer curso
- Histórico escolar com tradução juramentada
“Três aspectos mais importantes costumam ser levados em consideração: potencial, comprometimento com o curso e alinhamento, ou seja, demonstrar que a pós-graduação vai realmente fazer diferença na sua carreira”, explica Monique Souza.
Atualmente, cerca de 1 500 universidades oferecem esse tipo de oportunidade nos EUA. A recomendação para aumentar as chances de ser selecionado é participar do processo seletivo de, ao menos, dez e finalizar o processo de inscrição antes de dezembro, mesmo que seja possível estender o prazo para o início do ano.
Outra dica importante é entrar em contato com a instituição solicitando informações sobre os cursos antes da inscrição, o que ajuda o postulante a se destacar por demonstrar interesse prévio.
Inglês
Uma das principais preocupações dos alunos, a língua é um empecilho que as universidades também ajudam a superar. Durante o primeiro ano, há aulças de inglês inclusas nas bolsas, além de centro de apoio para desenvolvimentos da escrita,com tutores que ajudam a escrever trabalhos e o documento final para a defesa da dissertação.
“Não é preciso ser fluente, um inglês básico já é suficiente para participar do processo de seleção. Quando cheguei, falava só o basicão”, conta Monique Souza, que fez carreira acadêmica na Luisiania State University
A validação do diploma no Brasil também é mais simples, já que o governo brasileiro desenvolveu uma plataforma – Carolina Bori – onde é possível reconhecer o canudo de maneira mais célere do que em outros países.